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GLOBAL ART

By Miguel Westerberg

ALMA DE UM ARTISTA - MIGUEL WESTERBERG Posté le Samedi 15 Mars 2008 à 19h40

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Por falar em tabus, comportamento e sentimentos reprimidos, antigamente era comum um indivíduo casar-se com uma jovem de menos de 17 anos, mas hoje em dia se tal acontece é caracterizado de pedófilo. Mais uma vez nos deparamos com padrões sociais pré-estabelecidos, embora todo mundo seja consciente da atração de uma jovem por indivíduos mais velhos ou vice-versa. Sempre foi assim na historia da humanidade e sempre será. Quando dizem que estamos a evoluir, não duvido, mas existem tantas coisas inexplicáveis e retrógradas impostas por uma sociedade que vejo essa evolução de forma unilateral e um tanto inatingível. Acredito num comum acordo entre ambos, no amor ou ate mesmo numa paixão casual, mesmo que tais relações venham a esfriar com o tempo. O grande perigo de tentar forçadamente a nos encaixar nesses padrões, é a frustração de ver sua vida se desmoronar bem diante dos seus olhos, pois neste presente momento, certamente, há milhares de casais a divorciarem-se. Então, para quê tanto murmúrio? Ou porque será que nos deixamos levar por tais imposições? Tabus e nada mais que tabus imposto por aqueles que se julgam capazes de ir alem de seus limites. Desculpem-me o plural no masculino, mas aonde nos leva tudo isto? Será que nós homens, verdadeiramente, aparentamos ser o que somos? Durante toda a minha adolescência vivi num colégio católico, cheio de regras e tal como as regras, mais uma vez, os malditos tabus.

 

Tínhamos hora para tudo: dormir, acordar, comer, brincar, trabalhar e dai por adiante. No que diz respeito à sexualidade, é simples: ela não “existia” e devido a sua “inexistência”, por ser considerada uma necessidade primordial, muitos jovens buscaram na homossexualidade a satisfação das suas necessidades; outros se desenvolveram recatado. Atualmente, parte desses jovens são pais de família, com bons empregos e boas esposas que jamais suspeitaram que o homem que com que ela se deita, uma vez teve possíveis afinidades. Pela experiência que tive no colégio fiquei consciente que 60 por cento dos homens tem essa tendência, devido ao desejo reprimido, mas eles seguem o caminho que dizem ser o que leva a tão mencionada salvação. Tememos a reação do mundo inteiro, escondemos atrás de leis e ordens que nos sufocam. Queremos liberdade, mas tememos anarquia, de forma que acabamos por aceitar os padrões impostos por aqueles que estão acima de nós. Todas as leis existentes têm um só fim: dominar. Quem se afasta da lei, imediatamente é excluído da sociedade. Por causa disso, entregamo-nos de corpo e alma a religião ou a política, embora saibamos que qualquer crente que preze a sua doutrina, jamais envereda por outros cominhos. Tudo que é demasiado racional, anula a existência divina, dando sempre prioridade a lei do homem, a qual o céu e o inferno não fazem parte. Até os anos setenta os sacerdotes apregoavam nas igrejas as barbaridades vindas do lesto, afim de que o seu rebanho não se desviasse das suas veredas. Que saudade tenho, de quando os “lobos” comiam as criançinhas. Esta, é a mentalidade dos que deturpam a própria lei para seu beneficio, caracterizando as mentes mais frágeis, porem o ser humano ama a ordem e sem ela fica a deriva, por esse motivo não nos importamos em ter que pagar impostos, sermos escravos dos que estão acima de nós, mas ate quando? Já que um dos países que se diz ser o mais democrático de todos é na verdade uma farsa. A finalidade da democracia consiste em liberdade de opção, respeitando a opinião de cada um e vivendo em harmonia, entretanto, se alguém preferir uma outra ideologia contraria a deles, imediatamente é perseguido. Tudo isso acaba por se tornar um paradoxo de contradições, mas quem sou eu para por em causa essa mesma democracia? Entre os milhões, que conseguem visualizar essa dissonância, eu serei a que menus se destaca, pois o que eu penso pouca ou nenhuma importância tem.

 

Não sou político, nem clérigo, sou apenas um cidadão a deriva, que povoa essa nossa aldeia global e na minha concepção de artista, a palavra vida e a palavra morte simbolizam apenas uma linha reta, ou na menor das hipóteses, uma linha totalmente curva, onde muitos se perdem, ao possuírem visão delimitada do que há a sua frente. Tudo quanto tenho que executar eu o faço da melhor forma possível, para ter como me aproximar da perfeição, mesmo que seja nas mínimas coisas. Isso me ajuda a conhecer os meus limites. A vida para mim consiste em atos, mesmo que sejam pequenos e singelos, afinal de contas tudo o que se cultiva e se semeia no aqui e agora, são os frutos do que vamos colher no futuro. Se observarmos os índios, perceberemos que eles têm as suas próprias leis, que nos são totalmente estranhas, mas que fazem todo sentido para forma de organização tribal em que estão habituados a viver e pela sua filosofia de vida eles são capazes de viver, matar e ate mesmo morrer, sem que um desses atos sejam denominados “crime”.


Por falar em índios. Faz alguns anos que estive no Paraguai na cidade de Asuncion, no qual convivi com vários residentes, dentre eles alguns índios guaranis. Quando estava por lá senti que no ar havia desconfiança, insatisfação e uma ditadura disfarçada de democracia. Os antigos ditadores se vestem hoje de cordeiros, o país está totalmente estático, parado no tempo e ninguém há entre eles que eleve a voz. Não há trabalho, nem recursos e os edifícios de grande beleza estão degradados, só a repartição publica é que sobrevive, o demais é uma cidade em decadência, onde um povo amável vive entre o fio da navalha. Este foi o povo que tentou ao longo da sua historia erguer-se, mas devido à cobiça, acabaram por ser saqueados. O Paraguai é o exemplo de um entre tantos países que se diz democrático, afinal contas a democracia esta na moda, mas é lamentável que aqueles que têm poder nada façam. A verdade é que tudo aquilo que vemos e não o que esta escondida por trás de uma camuflagem histórica, então fale-me da verdade, para que eu seja verdadeiro, fale-me do que é racional e eu educarei os que anseiam por ser educados. A doutrina dos homens consiste em amar e ser amado. Mas ate que ponto o amor é verdadeiro? Se oscilarmos entre dar e receber, o amor nada mais é do que um enigma que devasta por dentro. Amamos porque não queremos estar sós, mas a grande maioria dos homens fabrica o seu próprio amor, mediante as suas aspirações. Um capricho insaciável e devorador é tudo o que os envolve na sua mas pura e visível essência humana.


Há um privilegio em ser rico e se alguém diz que a riqueza não trás felicidade, não se iluda, a riqueza não é felicidade, mas sim a rampa de partida para muitas felicidades. Se nos contentarmos com um miserável ordenado, que tipo de homens nós somos, senão hipócritas? Todo mundo anseia por ser rico, ou possuir algumas riquezas, ter uma bela mansão, dois ou três carros numa garagem bem espaçosa, viajar por lugares exóticos, vestir-se bem, comer do bom e do melhor, fazer academia ou ate mesmo uma cirurgia estética e por fim, ter sempre dinheiro no bolso para realizar os seus desejos e caprichos. Ao longo da minha vida deparei-me com pessoas que afirmaram categoricamente que o dinheiro não trazia felicidade, algumas delas viviam em decadência, fazendo me recordar uma musica Brasileira, cuja letra diz o seguinte: “Tu queres sair do gueto, mas o gueto esta dentro de ti”. Tudo isto não é mais do que o produto, do meio e do espaço que se vive, a cultura e falta dela leva qualquer individuo a acomodar-se com a sua miséria interior. Como é possível que o ser humano desista tão facilmente dos seus sonhos? Culpo em parte a mídia, que nos bombardeia constantemente com as ideologias capitalistas da classe dominante e com uma diversidade de fictismo tão imensurável, que causa inveja a muitos cineastas. Cada um de nós tornou se escravo do próprio sistema de modo que à imagem que julgamos ser nossa, pertence aos nossos opressores. Ignoramos e não temos coragem de debater tais assuntos, talvez dentro de vinte ou trinta anos o ocidente desabe da noite para o dia, mas numa sociedade materialista ou consumista, o que importa é o conforto. Os dias passam assim a correr e quando paramos para pensar um pouco sobre a vida, acabamos por dizer as mesmo às coisas.

 

Que legado deixo para meus filhos e netos? Essa é uma questão que sempre embala o meu sono turbulento. Fecho os olhos e tento adormecer em meio ao silencio da noite, que geralmente tranqüiliza o meu espírito inquieto e me leva por dentre as veredas da solidão em direção a casa dos meus sonhos, ate que a luz de um novo e almejado dia se rompa sobre meu quarto e me desperte para prosseguir a minha caminhada.

MIGUEL WESTERBERG

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