Blog créé grâce à Iblogyou. Créer un blog gratuitement en moins de 5 minutes.

GLOBAL ART

By Miguel Westerberg

Alma de um Artista - MIGUEL WESTERBERG Publié le Samedi 15 Mars 2008 à 19:26:41

www.iblogyou.fr/Photos/mini/mini_36298.jpg

.

Noite de sábado, o meu apartamento se encontra às escuras. Observo o cigarro a queimar lentamente sobre um velho cinzeiro que fora me oferecido há muito tempo. A luz que vem de fora cria sombras sobre os moveis. Olho demoradamente para elas e começo a relembrar partes da minha vida, como quando era apenas uma criança. As horas passam e sinto-me sufocado entre quatro paredes! Hoje ninguém me telefonou e o relógio de século badala um tic-tac repetitivo que me deixa impaciente. Um dia destes deixo de dar corda nele e acabo com essa agonia. Olho pela janela e sinto que a cidade esta calma, apenas alguns carros rompem o silencio ao percorrerem a calada da noite com seus viajantes despreocupados, fato que me leva a pensar no ocorrido do dia anterior: naquele mesmo cruzamento, uma jovem de apenas 19 anos fora assassinada a sangue frio por dois indivíduos, que a tentaram assaltar! Meu Deus, apenas 19 anos, com uma vida pela frente, mas tivera um fim tão trágico e chocante! Aquela imagem ficou na mente durante todo dia, por isso posso lembrar de cada detalhe com clareza, mas isso não me ajuda em nada agora, pois preciso dormir e por mais que tente não consigo. Acho que preciso pensar em alguma coisa positiva, para aquietar o meu espírito que se encontra tão perturbado e abatido.

Por vezes incontáveis tento idealizar algo novo, sem muito sucesso, pois tudo já está demasiado gasto. Minha mente fica turva, cada um de meus pensamentos se desmaterializa e volta ao pó. Podia começar a pintar uma tela ou a escrever um poema, mas as únicas cores que consigo pegar é vermelho e negro. Quanto às palavras, mantenho me suspenso entre a dor e o sofrimento, que não desejo a ninguém. Por que será que a morte permanece como um enigma sem solução? Afinal de contas, o que fazemos aqui ou qual o fundamento da existência? Tenho consciência que todo mundo se interroga sobre estas questões, mas não obtém nenhuma resposta plausível; outros simplesmente silenciam suas perturbações e se refugiam em um submundo de noitadas proporcionadas pelo entorpecimento do álcool e do sexo casual. À noite se vestem de prado e durante o dia escondem as cicatrizes que tanto os perturbam. Um sorriso forjado é o quanto basta para enganar a morte, ademais são simplesmente palavras sobrepostas umas as outras, que ninguém mais as compreendem.

Já passa das duas da manha. O tempo permanece completamente estático, de forma que uma monotonia entediante invade o meu apartamento sem nem mesmo me pedir licença; na tentativa inútil de afastá-la eu tento ler um pouco, mas não tenho nenhum animo! Olho para a parede e vejo uma tela que pintei na semana passada. Uma pequena aquarela que retrata um recanto de Lisboa muito visitado por turistas: o elétrico com destino ao bairro da Graça, que da característica típica a cidade. A pintura ficou bem expressiva, então refleti um pouco e deduzi que poderia obter uns bons trocados com a venda do quadro. Esperei o dia clarear, levantei-me com os primeiros raios de sol e me dirigi a Rua Augusta, a fim de conseguir um bom preço por ela. Fiquei horas para vendê-la, mas por fim um turista inglês a comprou por trinta euros. Confesso que a minha sorte é que eu posso contar com a ajuda de uma das minhas irmãs. É ela que paga a renda do meu apartamento, caso contrário, há muito que estaria a viver na rua. Estou que nem Van Gogh, que por anos viveu apenas com a ajuda que seu irmão Theo lhe dava. Já percebi que não consigo viver em comunidade, sou demasiado solitário, lunático e um sonhador incorrigível. Nada mais do que isso! Com os trinta euros fui ao supermercado e comprei alguns mantimentos essenciais, mas pouco mais do que sete euros me sobraram. A vida dos artistas é assim mesmo; desculpem o plural, somos uns mal-afortunados, sempre vestidos de negro, mas as pessoas ignoram o porquê de nos vestirmos assim. Muitos pensam que é para estar de acordo com os padrões estabelecidos pela moda, mas a verdade é bem diferente, afinal de contas, geralmente, as aparências enganam. Na realidade nós não temos é como comprar roupas novas. O preto serve-nos de uma espécie de camuflagem, então não é de se admirar que minhas camisas, calças, casacos e as meias sejam pretas. Só o meu cabelo é que é loiro com algumas mexas brancas para contrastar, de resto tudo em mim é triste.
.

Enfim, quarenta e sete anos e a vida pouco ou nada me deu. Trabalhei como guarda noturno numa escola do ministério da educação por aproximadamente 10 anos, mas quando pedi demissão, não recebi coisa alguma. Ainda bem que fiz grandes amizades e assim não foram dez anos de completa inutilidade. Refletindo um pouco melhor agora, acho que fiz mal, pois tomei uma decisão um tanto precipitada, mas, vindo de mim, já era de se esperar, afinal nunca paro para pensar e por isso, quando caio na real, já é tarde demais. Muitos chamam isso de inconseqüência, mas eu acho que é viver o momento mesmo que tenha conseqüências desastrosas. A única vantagem de não se trabalhar para o estado é que nos tornamos livres de um infeliz ordenado, isto é, se formos apenas funcionários de segunda categoria, como era o meu caso.

Quando paro para pensar o que realmente queria da vida, chego à conclusão de que queria mesmo era ser rico e estou ciente de que não sou o único a pensar assim. Excentricidade minha? Que seja então, melhor do que ser hipócrita e não expor meus verdadeiros desejos e sentimentos, devido a dogmas religiosos ou paradigmas estabelecidos por grupos sociais para beneficio próprio como: "só os pobres herdarão o reino dos céus". Isso me causa risos. Que ponto de doutrina é este que ainda rende milhões as igrejas? Tenho plena consciência que esse sonho me é excêntrico, mas o que posso fazer, já que aqui estou e a minha vida não passa disto? Entrego-me todas as noites aos meus devaneios e viajo até casa dos meus sonhos, numa colina com vista para mar e imagino uma leve brisa de maresia a envolver meu rosto. Sonhos... Nada mais que sonhos! Lembro-me que quando era adolescente, o sonho de ser um artista plástico reconhecido era tudo que eu tinha e durante anos a fio eu lutei constantemente, sem nenhum sucesso. Nenhuma porta se abriu e a minha face já se encontrava desfigurada de tanta frustração. Sempre que entrava numa galeria de arte, a resposta era sempre a mesma: infelizmente já temos artistas suficientes, ou quem sabe, volte daqui a uns anos, pode ser que venhamos a precisar. Nem se quer interessavam-se para ver uma de minhas telas. Imagine só o que é ouvir isto durante uma vida inteira! E o pior, sempre as mesmas coisas, as mesmas palavras, os mesmos sorrisos e olhares disfarçados. Parece que existe uma associação, aonde se reúnem para ensaiar e decidir as desculpas esfarrapadas que nos dirão. Esquecem do senso de percepção que obtemos com as lastimáveis experiências vividas. É inacreditável, que sempre que falo com eles, me venham com a mesma conversa mole.
Como não os consegui convencer, fui tentar em outros lugares apropriados, mas que não deixam de ser freqüentados por pessoas sensíveis, que admiram a arte real, não pelas sugestões dela extraídas, mas sim pela inspiração dos artistas e não por um protótipo pré-definido pelos proprietários de galerias. A maioria pensa que pintar é copiar uma tendência, mas acho que a isso se da o nome de fotografia, não? Entre os novos lugares que escolhi para expor as minhas telas, estão os famosos cafés, livrarias e restaurantes. Por falar em restaurantes, uma vez deixei algumas telas expostas em um que fica na baixa, na Rua Garret, mas tive um tremendo azar. O proprietário faliu e dez das minhas telas, dentro de uma linha cubista, ficaram lá retidas. Tentei retira-las, mas infelizmente todos os bens que havia dentro do restaurante ficaram na mão de um banco para irem a leilão, então desisti e nunca mais lá voltei.
Tive melhor sorte numa livraria, que fica na baixa – chiado em Lisboa, precisamente na Calçada do Sacramento que vai dar no Largo do Carmo. Andava procurando livros de segunda mão, já que são bem mais baratos de preferência os relacionados à literatura francesa. Dias antes tinha estado na Calçada do Conde e por lá comprei vários livros, A saga dos Rougon-Macquart de Emile Zola e um outro de Balzac, mas a leitura de Balzac era demasiadamente romântica e não fazia o meu gênero. Sendo assim aproveitei a oportunidade de ali estar para adquirir algumas autobiografias. Confesso que elas me fascinam de tal forma que não consigo resisti-las. Assim sai de lá com tantos livros que mal conseguia carrega-los, mas foi ao passar pela Calçada do Sacramento que algo inesperado aconteceu: quando pela primeira vez lá entrei, a minha intenção era de poder adquirir alguns livros por um preço módico, porém reparei que o proprietário tinha paixão por pintura e escultura. Em cada recanto do estabelecimento havia pinturas e esculturas de grande beleza, pertencente a vários artistas com renome e outros anônimos. O proprietário deveria ter os seus setenta anos, era calvo, de baixa estatura, vestia se bem e no olhar percebia-se certa perspicácia, bem típico português. Enquanto dava uma olhada pelas estantes e pinturas, ele gentilmente pegou os meus livros e os colocou sobre o seu balcão. Diante de tamanha delicadeza eu senti necessidade de retribuir. Elogiei seu espaço comercial e disse-lhe que era artistas plástico. Desse primeiro contato brotou uma grande amizade e para resumir já está com bem mais de sete anos que expus meu trabalho por lá. Sua sabedoria me cativou de tal modo que era difícil evitar uma passagem por lá de vez em quando. Ele me lembrava muito o Ambroise Vollard, um grande marchand que contribuiu com o desenvolvimento da arte ao lançar vários artistas como Picasso, Van Gogh, Paul Cézanne, Rouault e Gauguin.
Mesmo quando estava na América Latina trocávamos idéias por correspondência e no meu ultimo regresso a Lisboa, trouxe comigo algumas telas, que ele expusera pela ultima vez no seu espaço comercial, pois a sua idade avançada o impediu de prosseguir com as suas atividades comerciais, assim também como o desenvolvimento dos meios de comunicação, que se tornou um grande empecilho para os pequenos comerciantes, afetando assim todos eles. Com o grande avanço da tecnologia as pessoas passaram a ler menos e buscar mais entretenimento na internet; o globalismo se propagou e juntamente com ele, houve um grande aumento no comercio chinês, que devido aos seus preços baixos, atraiam mais pessoas, mesmo com baixa qualidade das suas mercadorias.
Hoje em dia a galeria do meu velho amigo se encontra fechada o letreiro escrito por cima da porta: "Livraria e Galeria Campelo" balança ao ritmo do vento, se desgastando juntamente com a cidade. Nunca mais soube nada a cerca dele e partir daí a minha vida entrou em declínio, devido à falta que a sua força e motivação me traziam. Assim como eu, muitos outros artistas sofreram, pois ele era um porto seguro para nós.

Do livro : ALMA DE UM ARTISTA
De: MIGUEL WESTERBERG

Ecrire un commentaire - Permalien - Partager
ALMA DE UM ARTISTA - MIGUEL WESTERBERG Publié le Samedi 15 Mars 2008 à 19:37:05

SEGUNDO CAPITULO

www.iblogyou.fr/Photos/mini/mini_36299.jpg

 

Atualmente ando sempre com pouco dinheiro que mal dá para comprar um pincel, todos eles estão velhos e gastos. As minhas tintas se acabaram; só me restou uma pequena caixa de aquarelas e foi assim que tudo começou: fiz a minha primeira exposição de pintura na Vila Beatriz na cidade de Ermesinde conselho de Valongo. Aquela exposição me fez acreditar numa possível carreira artística, pois das vinte telas expostas vendi 12. Nada mau para um pintor desconhecido, que chegou a ter no jornal da região uma pequena coluna em sua homenagem. Os anos passaram e pouco ou nada mudou. A minha vida se resume a isto! O resto dela são apenas memórias sobrepostas umas as outras. Às vezes tento idealizar novos vôos na esperança de que a vida me possa sorrir, mas o desânimo em mim é constante! Por mais que tente, nada de extraordinário acontece, mas em comparação com os demais homens, ate que não posso me queixar da vida, pois já estive em vários países, falo quatro idiomas, embora não saiba escreve-los. Na minha terra dizem que sou um analfabeto; em outro país, um intelectual. Na América do Sul, por exemplo, o indivíduo que fala mais de um idioma é levado muito em conta; ao contrário da Europa, que já não vê encanto em mais nada. A conclusão disto tudo é na verdade um disparate, mas o ser humano é mesmo assim e quanto a isso nada tenho a declarar, já que cada cultura tem o seu modo de julgar. Em Portugal tal como no resto do mundo as pessoas têm o grande defeito de imortalizar seus artistas somente após sua morte, ou então se o artista sai do país e faz carreira lá fora, em uma terra longínqua. Isso tudo é uma grande ironia. É necessário povoar terras estranhas para poder torna se, aos olhos de todo mundo, um herói nacional. Surgem então as festas, homenagens, condecorações e com um pouco de sorte o artista torna se embaixador das nações unidas, recebendo, da noite para o dia, seu primeiro título.


Recordo-me também, que noutros tempos quando era bastante religioso, sempre que viajava uma multidão de irmãos vinham se despedir e ao meu regresso, faziam festinhas de boas vindas, mas tudo mudou! Após o meu divorcio, no momento em que mais precisei de um ombro amigo, um por um virou-me as costas, porque eu não me encaixava mais nos seus padrões sociais. Foi como se eu tivesse uma doença contagiosa, fato que me fez parar e repensar sobre valores pré-estabelecidos e por mais que repense não consigo encontrar uma resposta para certos comportamentos; o que me leva a um estado de constante questionamento. Não consigo enxergar o que foi que deu errado ou a exatidão do ponto em que falhei, coisas da vida! Acho que é melhor mudar de assunto, pois todas essas interrogações sem respostas me levam a um estágio impreciso de insatisfação e, mais uma vez, de total desanimo. Ah, mas antes de iniciar meu próximo raciocínio, acho importante ressaltar que um, apenas um único irmão permaneceu sempre ao meu lado. Um alguém vindo de terras estranhas em busca de algo que lhe faltava e veio para Portugal tentar uma vida melhor e vivia na linha de Sintra para os lados do Cacem, juntamente com um grupo de brasileiros. A maioria deles clandestinos, mas que aos poucos conseguiram se legalizasse, devido a acordos entre as duas nações. Ele trabalhava no açougue do Carrefour. Era um moço humilde e de boa índole, talvez por ser temente a Deus e raramente perder um culto. Sempre que podia ele acompanhava a mocidade para congregarem em outras cidades ou vilas portuguesas. Acompanhei todo seu progresso espiritual e juntos enfrentamos as adversidades da vida; éramos praticamente inseparáveis e nos reuníamos por horas a fio, a conversar sobre a obra de Deus.

 

Ele permaneceu aqui por dez anos e por fim voltou para o Brasil, casou com uma bela jovem descendente de Japonês, abriu um negócio bem lucrativo e esta à espera do seu primeiro filho. Às vezes falo com ele por MSN ou telefone e fico a pensar o quanto sofreu, mas mesmo assim ele tem uma disposição invejável para enfrentar as adversidades impostas pela vida. Será que algum dia vou conseguir ter força, para fazer frente a tudo que me acontece? Nós homens no processo de crescimento, somos educados para sermos fortes, indissolúveis e por esse mesmo motivo passamos a esconder ou mascarar a nossa verdadeira identidade. Desfiguramos nossas emoções ao forjar uma atitude falsa e irreal, sufocando as lagrimas que teimam em fluir. Nós homens somos feitos de uma massa imaleável, seguindo padrões impostos por uma sociedade corruptamente formada. Durante toda a nossa vida escondemos a nossa verdadeira identidade, mostrando ao mundo um lado inexistente, que seja aceito. Ainda vivemos numa era que a palavra tabu esta sempre evidencia nas nossas vidas. Não podemos ser nós mesmos, nem podemos dizer livremente o que pensamos, um homem tem que manter a sua postura, ser macho, ser bruto, ser juiz mesmo que tenha que julgar sem causa. Pobre do homem que escreve um poema, que canta ou dança numa praça. É crime ter sentimentos e expressa-los em público, pois podemos ser tachados de loucos. Se isso serve de consolo, com o tempo que perdemos na tentativa de sermos quem não somos, aprendemos a perceber que o orgulho e os preconceitos nada mais são do que ignorância em não saber lidar com o desconhecido; aprendemos que, apesar das diferenças, somos constituídos da mesma matéria orgânica, o que nos torna IGUAIS!

MIGUEL WESTERBERG

Ecrire un commentaire - Permalien - Partager
ALMA DE UM ARTISTA - MIGUEL WESTERBERG Publié le Samedi 15 Mars 2008 à 19:40:16

www.iblogyou.fr/Photos/mini/mini_36300.jpg

 

Por falar em tabus, comportamento e sentimentos reprimidos, antigamente era comum um indivíduo casar-se com uma jovem de menos de 17 anos, mas hoje em dia se tal acontece é caracterizado de pedófilo. Mais uma vez nos deparamos com padrões sociais pré-estabelecidos, embora todo mundo seja consciente da atração de uma jovem por indivíduos mais velhos ou vice-versa. Sempre foi assim na historia da humanidade e sempre será. Quando dizem que estamos a evoluir, não duvido, mas existem tantas coisas inexplicáveis e retrógradas impostas por uma sociedade que vejo essa evolução de forma unilateral e um tanto inatingível. Acredito num comum acordo entre ambos, no amor ou ate mesmo numa paixão casual, mesmo que tais relações venham a esfriar com o tempo. O grande perigo de tentar forçadamente a nos encaixar nesses padrões, é a frustração de ver sua vida se desmoronar bem diante dos seus olhos, pois neste presente momento, certamente, há milhares de casais a divorciarem-se. Então, para quê tanto murmúrio? Ou porque será que nos deixamos levar por tais imposições? Tabus e nada mais que tabus imposto por aqueles que se julgam capazes de ir alem de seus limites. Desculpem-me o plural no masculino, mas aonde nos leva tudo isto? Será que nós homens, verdadeiramente, aparentamos ser o que somos? Durante toda a minha adolescência vivi num colégio católico, cheio de regras e tal como as regras, mais uma vez, os malditos tabus.

 

Tínhamos hora para tudo: dormir, acordar, comer, brincar, trabalhar e dai por adiante. No que diz respeito à sexualidade, é simples: ela não “existia” e devido a sua “inexistência”, por ser considerada uma necessidade primordial, muitos jovens buscaram na homossexualidade a satisfação das suas necessidades; outros se desenvolveram recatado. Atualmente, parte desses jovens são pais de família, com bons empregos e boas esposas que jamais suspeitaram que o homem que com que ela se deita, uma vez teve possíveis afinidades. Pela experiência que tive no colégio fiquei consciente que 60 por cento dos homens tem essa tendência, devido ao desejo reprimido, mas eles seguem o caminho que dizem ser o que leva a tão mencionada salvação. Tememos a reação do mundo inteiro, escondemos atrás de leis e ordens que nos sufocam. Queremos liberdade, mas tememos anarquia, de forma que acabamos por aceitar os padrões impostos por aqueles que estão acima de nós. Todas as leis existentes têm um só fim: dominar. Quem se afasta da lei, imediatamente é excluído da sociedade. Por causa disso, entregamo-nos de corpo e alma a religião ou a política, embora saibamos que qualquer crente que preze a sua doutrina, jamais envereda por outros cominhos. Tudo que é demasiado racional, anula a existência divina, dando sempre prioridade a lei do homem, a qual o céu e o inferno não fazem parte. Até os anos setenta os sacerdotes apregoavam nas igrejas as barbaridades vindas do lesto, afim de que o seu rebanho não se desviasse das suas veredas. Que saudade tenho, de quando os “lobos” comiam as criançinhas. Esta, é a mentalidade dos que deturpam a própria lei para seu beneficio, caracterizando as mentes mais frágeis, porem o ser humano ama a ordem e sem ela fica a deriva, por esse motivo não nos importamos em ter que pagar impostos, sermos escravos dos que estão acima de nós, mas ate quando? Já que um dos países que se diz ser o mais democrático de todos é na verdade uma farsa. A finalidade da democracia consiste em liberdade de opção, respeitando a opinião de cada um e vivendo em harmonia, entretanto, se alguém preferir uma outra ideologia contraria a deles, imediatamente é perseguido. Tudo isso acaba por se tornar um paradoxo de contradições, mas quem sou eu para por em causa essa mesma democracia? Entre os milhões, que conseguem visualizar essa dissonância, eu serei a que menus se destaca, pois o que eu penso pouca ou nenhuma importância tem.

 

Não sou político, nem clérigo, sou apenas um cidadão a deriva, que povoa essa nossa aldeia global e na minha concepção de artista, a palavra vida e a palavra morte simbolizam apenas uma linha reta, ou na menor das hipóteses, uma linha totalmente curva, onde muitos se perdem, ao possuírem visão delimitada do que há a sua frente. Tudo quanto tenho que executar eu o faço da melhor forma possível, para ter como me aproximar da perfeição, mesmo que seja nas mínimas coisas. Isso me ajuda a conhecer os meus limites. A vida para mim consiste em atos, mesmo que sejam pequenos e singelos, afinal de contas tudo o que se cultiva e se semeia no aqui e agora, são os frutos do que vamos colher no futuro. Se observarmos os índios, perceberemos que eles têm as suas próprias leis, que nos são totalmente estranhas, mas que fazem todo sentido para forma de organização tribal em que estão habituados a viver e pela sua filosofia de vida eles são capazes de viver, matar e ate mesmo morrer, sem que um desses atos sejam denominados “crime”.


Por falar em índios. Faz alguns anos que estive no Paraguai na cidade de Asuncion, no qual convivi com vários residentes, dentre eles alguns índios guaranis. Quando estava por lá senti que no ar havia desconfiança, insatisfação e uma ditadura disfarçada de democracia. Os antigos ditadores se vestem hoje de cordeiros, o país está totalmente estático, parado no tempo e ninguém há entre eles que eleve a voz. Não há trabalho, nem recursos e os edifícios de grande beleza estão degradados, só a repartição publica é que sobrevive, o demais é uma cidade em decadência, onde um povo amável vive entre o fio da navalha. Este foi o povo que tentou ao longo da sua historia erguer-se, mas devido à cobiça, acabaram por ser saqueados. O Paraguai é o exemplo de um entre tantos países que se diz democrático, afinal contas a democracia esta na moda, mas é lamentável que aqueles que têm poder nada façam. A verdade é que tudo aquilo que vemos e não o que esta escondida por trás de uma camuflagem histórica, então fale-me da verdade, para que eu seja verdadeiro, fale-me do que é racional e eu educarei os que anseiam por ser educados. A doutrina dos homens consiste em amar e ser amado. Mas ate que ponto o amor é verdadeiro? Se oscilarmos entre dar e receber, o amor nada mais é do que um enigma que devasta por dentro. Amamos porque não queremos estar sós, mas a grande maioria dos homens fabrica o seu próprio amor, mediante as suas aspirações. Um capricho insaciável e devorador é tudo o que os envolve na sua mas pura e visível essência humana.


Há um privilegio em ser rico e se alguém diz que a riqueza não trás felicidade, não se iluda, a riqueza não é felicidade, mas sim a rampa de partida para muitas felicidades. Se nos contentarmos com um miserável ordenado, que tipo de homens nós somos, senão hipócritas? Todo mundo anseia por ser rico, ou possuir algumas riquezas, ter uma bela mansão, dois ou três carros numa garagem bem espaçosa, viajar por lugares exóticos, vestir-se bem, comer do bom e do melhor, fazer academia ou ate mesmo uma cirurgia estética e por fim, ter sempre dinheiro no bolso para realizar os seus desejos e caprichos. Ao longo da minha vida deparei-me com pessoas que afirmaram categoricamente que o dinheiro não trazia felicidade, algumas delas viviam em decadência, fazendo me recordar uma musica Brasileira, cuja letra diz o seguinte: “Tu queres sair do gueto, mas o gueto esta dentro de ti”. Tudo isto não é mais do que o produto, do meio e do espaço que se vive, a cultura e falta dela leva qualquer individuo a acomodar-se com a sua miséria interior. Como é possível que o ser humano desista tão facilmente dos seus sonhos? Culpo em parte a mídia, que nos bombardeia constantemente com as ideologias capitalistas da classe dominante e com uma diversidade de fictismo tão imensurável, que causa inveja a muitos cineastas. Cada um de nós tornou se escravo do próprio sistema de modo que à imagem que julgamos ser nossa, pertence aos nossos opressores. Ignoramos e não temos coragem de debater tais assuntos, talvez dentro de vinte ou trinta anos o ocidente desabe da noite para o dia, mas numa sociedade materialista ou consumista, o que importa é o conforto. Os dias passam assim a correr e quando paramos para pensar um pouco sobre a vida, acabamos por dizer as mesmo às coisas.

 

Que legado deixo para meus filhos e netos? Essa é uma questão que sempre embala o meu sono turbulento. Fecho os olhos e tento adormecer em meio ao silencio da noite, que geralmente tranqüiliza o meu espírito inquieto e me leva por dentre as veredas da solidão em direção a casa dos meus sonhos, ate que a luz de um novo e almejado dia se rompa sobre meu quarto e me desperte para prosseguir a minha caminhada.

MIGUEL WESTERBERG

Ecrire un commentaire - Permalien - Partager
FRAGMENTOS DE UMA VIDA Publié le Samedi 15 Mars 2008 à 19:54:23

Miguel Ângelo Pimenta Migueis Einar Westerberg nasceu em 31 dezembro de 1972, às 23h 33 min, véspera de ano novo. Sua mãe deu-lhe o nome Miguel Ângelo com o propósito de homenagear o famoso pintor italiano Michelangelo Buonarrot, se opondo a vontade do pai de Miguel Westerberg, Fred Eiver Westerberg [Sverige], que queria dá lhe o nome de Valentin Einar Westerberg, seu avô. Contudo, prevalece à vontade da sua mãe, Maria Antonieta Pimenta Migueis, filha de nobres, que vêm a perder em parte o seu patrimônio em 5 de outubro de 1910 com a queda da monarquia Portuguesa. Parte dos bens passa a pertencer ao estado republicano e a outra parte é dividida pelo resto da família. A concentração da maior parte fica nas mãos do avô – Mario Rodrigues Miguéis – que acaba por desperdiçar em viagens pela Europa, com o intuito de visitar as ruínas da segunda grande guerra mundial. Regressa a Portugal dois anos mais tarde, após ter se filiado ao partido comunista francês e, por aderir a suas idéias, extremamente proibidas pela ditadura de Oliveira Salazar, é obrigado a exilar-se na França por um certo tempo. Por não chegar ao conhecimento da PIDE, que ele já se encontrava fora do país, perseguem um indivíduo que é confundido com ele e o mesmo é barbaramente assassinado, pondo um fim à sua perseguição. Anos mais tarde volta a residir definitivamente em Portugal, casa-se e tem duas filhas, passando ai a dedicar os últimos anos de sua vida a pintura Naif apenas como um hobby. Sua filha mais velha, Maria AntonietaPimenta Migueis, por motivos de conflitos com o pai, decide sair de casa aos 16 anos e, devido às dificuldades que vem a enfrentar, é obrigada a se prostituir para sobreviver. Passa a freqüentar bares alternos junto ao cais de Matosinhos – Porto, onde conhece alguns marinheiros. Entre eles o sueco Fred Eiver Westerberg, cujo pai também tem uma grande aptidão para pintura, escultura e poesia.

.
METAMORFOSE
 
Vindo ao mundo em uma época bastante conturbada, quando o país ainda se encontrava sob o domínio de uma ditadura fascista, que forçou uma grande parte da população a viver em condições existenciais sob humanas, acaba por enfrentar, juntamente com seus irmãos, as fortes dessa conseqüências desse período. Em 25 de abril 1974, o regime de Marcelo Caetano é derrubado pelas forças armadas e ele é deportado para o Brasil, onde veio a falecer em exílio. Em Portugal surgem novas idéias políticas, que geram reformas constitucionais e põe fim à guerra de Ultramar, que dá inicio a descolonização e independência a Angola, Moçambique, Guiné-bissau, Timor, São Tomé e Príncipe, dentre outras, causando receios de rebelião devido ao colonialismo que durou aproximadamente 500 anos. O país passa a enfrentar a sua maior crise, fazendo com que os colonos luso-africanos, sejam obrigados a imigrar para um país que até então pouco ou nada lhes dizia respeito. Devido às más condições financeiras, sua mãe é obrigada a viver na zona da Ribeira no Porto, ocupando apenas um cômodo de um prédio demasiado úmido e velho, onde viviam cerca de aproximadamente 20 famílias, que dividiam um banheiro coletivo e sem chuveiro, fato que levava os quatro irmãos a utilizarem-se da janela existente no quarto para despejar suas necessidades fisiológicas, já que a mesma era de frente para o rio Douro. A essa altura, pela primeira vez, recebe a visita do seu avô paterno, Valentin Einar Westerberg, que veio da Suécia - Gotenborg, para conhecer seus netos. Dois meses depois Miguel Westerberg, acaba por vir a sofrer, em parte, todas essas pressões, contraindo uma forte pneumonia, que o a deixou hospitalizado por um período aproximado de dois anos no hospital do Monte da Virgem, localizado na Vila Nova de Gaia. Após sua recuperação, sua mãe decide regressar a Lisboa com seus filhos. A continuação desse relato será descrito pelo próprio Miguel Westerberg, em uma das cartas enviada a um amigo.

“Caro amigo João Paulo, em continuação da carta que te enviei, gostara de te escrever um pouco mais sobre mim.

Lembras de quando te falei sobre a minha passagem pela Mitra em Lisboa? Então, vou te contar por escrito da melhor forma possível, pois na verdade não me lembro muito bem como fui parar lá, apenas sei o que o meu querido irmão Henrique me contou, sim, que a minha mãe nos tinha deixada numa pensão em Lisboa, enquanto ia “ganhar a vida” e como éramos muito pequenos, cada um se virava como podia. Normalmente era o Carlos Henrique que tomava conta de nós, mas já deves estar a imaginar como é uma criança de 10 anos a tomar conta de outras três: eu, a Mariana e a Tânia. Certa altura as pessoas da pensão decidiram que não estavam para agüentar tal coisa e chamaram a policia enquanto a minha mãe estava fora. Depois disso fomos levados para a Mitra, creio que por volta do ano de 1976. A minha mãe ainda nos tentou tirar de lá, mas foi tudo em vão, pois a vida que ela levava, de acordo com as autoridades, era uma vida que não dava estabilidade a uma família, devido à prostituição a qual se submetia para nos sustentar. Foi por esse motivo que ali fomos parar e hoje pela manhã me veio à mente alguns dos momentos vividos naquela instituição. Uma das primeiras coisas que me recordo é de que dormíamos todos em um grande dormitório, meninos de um lado e meninas do outro. Para ir ao quarto de banho tinha que passar por um corredor no qual havia no chão um pavimento em vidro e numa certa noite, enquanto me encaminhava para o dito quarto de banho, ao passar por esse mesmo pavimento, reparei que um dos vidros estava quebrado; senti uma certa curiosidade e acredita, antes não tivesse espreitado, pois durante anos afim essa mesma visão me perseguiu. O que vi foi nada mais nada menus do que um morto dentro de um caixão e ao seu lado uma viúva que o velava com prantos e lagrimas. A partir desse dia nunca mais fui o mesmo e a noite eu preferia urinar na cama a ir ao quarto de banho. Isso passou a me ocorrer até aos 15 anos e por mais que alguém tentasse me acordasse durante a noite, eu não conseguia evitar.
Há coisas que nos acontecem e que nem mesmo sabemos o porquê..., enfim! Outra ocasião, quando fui separado das minhas irmãs, o que me fez sofrer ainda mais, para ficar em um setor só de rapazes, a minha mãe foi me visitar e está foi à única vez em que me lembro de tê-la visto. Por mais estranho que te possa parecer, senti muito medo quando a vi, acho que devido ater ficado ali naquele lugar sempre fechado e sem contacto algum com o mundo exterior, pois eu era moço e vivia apenas com moços que como eu não tinha quem pudesse cuidar deles..., éramos crianças abandonadas.
Lembro-me de que alguns dos meus amigos me agarraram pelas pernas e braços na tentativa de me levarem para junto dela, mas mesmo assim, eu queria fugir e eles riam de mim sem parar. Na verdade, esta é a única imagem que tenho da minha mãe: ela vestida com trajes hippie, saltos muito altos, calça a boca de sino, cabelos compridos e uns grandes óculos que envolviam todo o seu rosto, para não falar nos seus lábios com um vermelho bem garrido.
 
Hoje isso pode parecer natural, mas naquela altura, como o país era muito atrasado, quem se vestia assim era considerada louca. Outra prova que tive que enfrentar foi a de ir à escola, pois no caminho tinha que passar por a tal casa mortuária. Para um adulto parece ser a coisa mais comum do mundo, mas para mim que era apenas uma criança, cada vez que eu tinha que passar por lá morria de medo e tinha sempre que esperar os meus amigos para irmos a escola. A minha sorte foi que passado dois meses eu sai do jardim infantil e fui para um setor só de rapazes, evitando assim aquele trajeto aterrorizante.
 
Como éramos todos pobres, as roupas que tínhamos no corpo era dada por varias instituições e só as trocávamos uma vez por semana. Havia uma mesa grande com cerca de dois metros por um e meio aproximadamente, onde um agente da policia com um lençol branco amarrado pelas pontas despejava as roupas. Ele abria-o sobre a mesa e cada um tinha que se virar..., era uma confusão tão grande que se não nos apressássemos levávamos apenas o que sobejava. Muitas vezes cheguei a andar com calças bem largas e sem meias, mas durante a semana íamos trocando uns com os outros, pois era impossível estar vestido naquelas condições.
Tinha também alunos muito agressivos e o pior deles era o Zarolho, que adorava lançar pedras nas nossas cabeças. Certa altura, já adulto, fui a Mitra e dei de cara com ele. Estava tão mudado que só o reconheci por causa da expressão do seu olhar. Não lhe disse nada, pois senti certo receio em fazê-lo. Acho que ele estava a trabalhar por lá, não estou bem certo disso. À noite, antes de irmos nos deitar, havia uma sala onde todos ficavam forçadamente sentados, de frente para televisão, sem poder falar ou rir. De todas as coisas absurdas que passei na minha vida, está foi sem duvida a pior, pois quem abrisse a boca para falar ou rir ficava de castigo. O castigo era bem duro: ficar de joelhos virado contra a parede e o pior de tudo era que, quem tomava conta de nós eram os rapazes mais velhos, que faziam questão de abusar dos mais novos.

Passei por muitas outras experiências dolorosas e alucinantes, que nem é conveniente relembrar, mas tive experiências positivas também. Foi nesse mesmo orfanato, que tive meu primeiro contato com a arte, acho que por volta dos oito anos de idade. Esse contato se deu em uma verificação de nível de conhecimentos adquiridos pelas crianças, onde o intuito da assistente social era medir a capacidade artística de um determinado grupo de alunos, no qual eu estava inserido. Com uma quantidade de argila, pude retratar uma imagem tridimensional de um elefante, que dias antes tinha visto em uma visita que fiz com meu avô paterno ao jardim zoológico, causando desde então a primeira expressão de espanto diante dos meus colegas ao constatarem a perfeição do meu trabalho. Também me recordo, com um misto de pesar e alívio, do dia que meu irmão foge do orfanato, por volta de 1979 e passa a residir no Colégio da Oficina de S. José no Porto.
Termino assim esta carta e espero que, através desse relato venhas a conhecer e entender um pouco mais sobre a minha maneira de ser e ver o mundo por vários ângulos e perspectivas diferentes.
.
Miguel Westerberg
Ecrire un commentaire - Permalien - Partager
FRAGMENTOS DE UMA VIDA Publié le Samedi 15 Mars 2008 à 19:55:48

Uma vez por ano o seu avô paterno o visitava e, em uma dessas visitas o levou ao zoológico, fato esse que o inspirou a moldar um elefante em argila e fazer o seu primeiro trabalho artístico. Quando o seu avô decide tira-lo do orfanato e leva-lo para morar com ele na Suécia, sofre um ataque cardíaco dentro de um táxi, já em Lisboa, por estar demasiadamente emocionado com a perspectiva de poder vir a ter o seu neto consigo. Anos mais tarde Miguel Westerberg toma conhecimento desse fato através do seu pai, que devido a sua profissão e ao alcoolismo, torna-se um pai extremamente ausente. O pouco contato que mantinham era através de cartões postais enviados ao filho de onde quer que se encontrasse ou então sempre que lhe era possível vir a Portugal. Em 1981 com idade de 15 anos, seu irmão Carlos Henrique, apesar de ser menor, toma a iniciativa de retornar à Mitra levando consigo o pai de Miguel Westerberg, a fim de transferi-lo para a Oficina de São José na cidade do Porto, onde ele já vivia. Ao chegarem ao colégio enfrenta a resistência do padre Alberto Assunção Tavares, diretor da instituição em ficar com ele por não ter sido devidamente informado da sua transferência com antecedência. O caso é levado ao tribunal de menores do Porto e por fim o padre se responsabiliza pela sua tutela até que viesse a completar seus 18 anos. Na Oficina de São José passa a viver uma nova experiência de vida, que não foi menos traumática, principalmente nos dois primeiros anos, quando vem a sofrer algumas agressões por parte das gangues do bairro da escola nº. 65 e do próprio irmão, que devido à falta de paciência em ter que lhe ensinar como se vestir e comportar-se, o agredia constantemente. Isso o leva a refugiar-se nos desenhos como uma forma de não ter que encarar a dura realidade em que fora submetido e desencadeia a falta de interesse pelos estudos. Passa, a partir dai, a dedicar-se quase que totalmente aos seus desenhos e, mais tarde, descobre o prazer de se pintar uma tela. De acordo com os próprios relatos de Miguel Westerberg, os dias na oficina de São José eram desta forma:


Acordamos por volta das sete horas da manha, o monitor que estava de serviço batia palmas e passava por cada quarto mandando-nos levantar. Fazíamos a nossa toalete e nos vestíamos para irmos tomar o café da manha, mas antes tínhamos que ir de dois em dois a carpintaria pegar um cesto de lenha para o fogão da casinha.Entravamos no refeitório e comíamos um pedaço de regueifa e café com leite. Depois alguns iam a escola, localizada fora do colégio, outros tinham que fazer limpeza, varrer os corredores e banheiros e os demais tinham que ir para a encadernação, tipografia ou carpintaria. Eu normalmente ia para a encadernação durante toda a manhã para dobrar folhas ou alcear cadernos para fazer blocos de recibos. As vezes chegavam livros para encadernar e dentre eles, toneladas de diários da republica, que só de ver dava desespero e vontade de chorar, pois tínhamos que coser os livros a portuguesa ou a francesa por horas a fio. Por volta do meio dia o seu Joaquim tocava o sino e todos nós, em fila indiana, entravamos no refeitório para almoçarmos. Após o almoço, alguns iam para a escola e os outros para os postos de trabalho.
Como a escola era fora do co légio saiamos sempre em grupo, pois os outros alunos dessa mesma escola eram muito rebeldes e adoravam implicar conosco. Isso me causava medo e raiva por ter que sempre procurar uma forma de fugir deles para evitar confrontos. Eram os rapazes das fontainhas e da rua escura. Com o passar dos anos eles me deixaram em paz debaixo de muitas lutas e sacrifícios, mas voltando a rotina do colégio, como o jantar era às oito horas, tínhamos que ir para a sala de estudo das 18 ate as 20 horas e só de pois quando sino tocava, sairmos para jantar. Os monitores não suportavam conversas nos horários de refeição, porque fazíamos muito barulho. Quando isso acontecia nos colocavam de castigo por aproximadamente duas horas sem podermos falar. Se nos comportássemos devidamente íamos para o recreio até as 22 h, retornávamos a sala de estudo onde ficávamos até as 23 h e só depois é que íamos descansar.
Eu ficava só em um dos quartos com janela que dava para ver o rio douro e a cidade Vila Nova de Gaia. Na verdade, da janela do meu quarto, eu podia ter uma paisagem deslumbrante que me fascinava. Os outros compartilham quartos que tinham entre três a seis camas. No fim de semana era diferente, principalmente no dia de domingo. Levantamos às oito para irmos a missa e só depois é que tomávamos o pequeno almoço. O restante do dia podíamos brincar, mas na hora do almoço, antes de sairmos do refeitório, cada um recebia uma pequena mesada entre cinqüenta a cem escudos, dependia da idade de cada um. Depois podíamos sair na parte da tarde para darmos um passeio pela cidade. Essa é uma das boas lembranças que guardo.
Sem duvida tive uma boa experiência na oficina São José do Porto, que contribuiu para a formação da minha personalidade e me marcou profundamente, devido às amizades que fiz durante esse período. Até hoje mantenho contato com alguns deles:
 
Crodonilson, Dr. Costa, Avantino, Sarafim, Paulo Sergio, Germano, José Leal, Dr. Agostinho, Dona Fatima, o Senhor Joaquim - o porteiro, a Dona Rosa - da lavandaria , Relvas, Espirito Santo, Adérito e Padre. Alberto Tavares, dentre outros.
Miguel Einar Westerberg
Ecrire un commentaire - Permalien - Partager
FRAGMENTOS DE UMA VIDA Publié le Samedi 15 Mars 2008 à 19:56:34

Importa referir que a “Oficina de S. José” foi criada em 1882 pelo Padre. Sebastião Leite de Vasconcelos, sacerdote nascido na freguesia da Sé e ordenado sacerdote na Sé do Porto. Com o nome original de Oficinas de S. José, destinava-se esta instituição de caridade a recolher menores pobres ou abandonados, normalmente do ambiente local. O trabalho e a cultura religiosa constituíam valências importantes do programa de formação, que justificava a existência das oficinas e da Capela contígua. Tendo sido nomeado Bispo de Beja, o Pe. Sebastião Leite de Vasconcelos entregou a Instituição à Diocese do Porto, a qual tem dados suficientes para testemunhar a qualidade e dedicação de quantos se têm dedicado à formação de sucessivas gerações de utentes, que por sua vez reconhecem geralmente que a Oficina de S. José os preparou para a vida familiar, social e profissional. E reconhece-se que uma instituição que nasceu com carácter assistencial, no séc. XIX, está a cumprir hoje uma função também correccional, aceitando receber crianças, adolescentes ou jovens ate aos 18 anos.

Em torno dos 14 anos, juntamente com os seus colegas de ciclo, participaram de um concurso ambiental feito pela Comunidade Economica Européia e Miguel Westerberg ganhou o seu primeiro premio. No ano seguinte conclui o sexto ano e ao iniciar o sétimo abandona a escolar para trabalhar como expediente na firma Cotinho LTDA por apenas um mês, pois precisou ir urgentemente à Alemanha com o propósito de encontrar-se com seu pai, que acabara de fazer um tratamento de desintoxicação na Turquia e casara-se com a bailarina e pintora alemã, Anna Drink. Um mês depois regressa a Portugal, ao colégio e começa a trabalhar em Vila Nova Gaia, no Centro Paroquial Santa Marinha na ATL e jardim da infância, por um período de um ano e meio. Trabalho esse que lhe trouxe demasiado bem estar e realização pessoal, bem como auto-progresso, devido ao contato com crianças extremamente carentes que ali estudavam. Paralelamente se propõe a fazer um curso de artes plásticas na Cooperativa Árvore no Porto, mas nem se quer vem a concluí-lo, pois sente dificuldades de socializar-se em ambientes formais e fechados.

Ecrire un commentaire - Permalien - Partager
FRAGMENTOS DE UMA VIDA Publié le Samedi 15 Mars 2008 à 20:12:33
PASSAGEIRO DE 2ª CLASSE
 
Com idade de 17 anos sai do colégio e passa a trabalhar e viver com sua irmã Cristina Migueis em Ermesinde, nos arredores do Porto. Dois meses depois deixa o trabalho para ir com o seu cunhado - Carlos Cunha - para a França em busca de melhores oportunidades de vida, o que, infelizmente, não acontece por não estarem em situação legal no paíe não dominar o idioma francês. Seu cunhado retorna a Ermesinde - Valongo e Miguel Westerberg decide viajar pela Europa: Bélgica, Holanda, Itália e Alemanha, onde residiu por quatro meses na casa do amigo Werner Brockstieger para cuidar do seu afilhado John Baptist.

Werner Brockstieger, professor catedrático, lhe ensina o idioma inglês e desperta nele o gosto pela leitura. A partir daí ele consegue desenvolver as suas capacidades intelectuais e culturais com muito mais empenho e maior desenvoltura, principalmente no campo das artes. Torna-se autodidata, aprende o espanhol e um pouco de francês. Se aprofunda na literatura e arte francesa, em especial a do século XIX e XX.
Prolonga seus estudos por mais sete anos e descobre o mundo fascinante do saber ao compartilhar idéias com vários artistas e ao visitar museus da Europa.
Grande parte da construção do seu conhecimento se deu informalmente, através do gosto pelas biografias dos grandes mestres conceituados, tais como Claude Monet, Vincent Van Gogh, Munch, Modigliani, Picasso, Pollock, dentre outros e da leitura de tudo que se referisse a obra de escritores e filósofos como Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Marx, Freud, Fernando Pessoa, Jorge Amado, Eça de Queiroz e Emile Zola por estar relacionado com a corrente impressionista. Freqüentemente também mantinha diálogos com intelectuais em vários cafés.

Durante esse mesmo período viajou diversas vezes com o intuito de aperfeiçoar sua arte. No seu regresso a Portugal passa mais uma vez por Paris e dias depois se dirige a capital espanhola, com o propósito de contemplar grandes obras dos pintores espanhóis: Picasso, Dali, Miro dentre outros, tais como Velásquez e Grego. Já em Portugal retorna a casa da sua irmã Cristina, tomando conhecimento que seu cunhado Carlos encontrava-se trabalhando na Argélia, onde permaneceu por um período de sete meses e devido a conflitos religiosos naquela nação foi forçado a regressar.
Após o regresso definitivo do seu cunhado, por razões de incompatibilidade que se tornaram ainda mais freqüentes, decide deixar a casa da irmã e se sujeita a viver com os companheiros de trabalho em uma obra, que não lhes oferecia as mínimas condições de vida. Nesse mesmo ano é convocado pelas forças armadas Portuguesa para apresentar-se a uma inspeção, da qual vem a saber mais tarde por carta, que ficou apto, mas passou a reserva territorial devido a excesso de contingente. Por um período compreendido entre os 18 e 20 anos, Miguel Westerberg passou uma das piores fases da sua vida, pois não conseguia se entender com as irmãs e por essa razão teve que se sujeitar a um trabalho onde se sentia explorado. Isso lhe desencadeou uma grande depressão, que o levou a tentar suicídio. Depois de tantos dissabores retornou, mais uma vez, a casa da sua irmã, onde conheceu através deles, uma denominação evangélica da qual se tornou membro.
No final do ano de 1993 concorreu a uma vaga no ministério da educação, visando uma estabilidade financeira, o que lhe era muito difícil devido à falta de um currículo que lhe desse melhores oportunidades, principalmente no campo das artes, o que lhe foi possível somente no dia 24 de setembro de 1994, ao fazer sua primeira exposição com 20 aquarelas no Centro Sócio-Cultural de Ermesinde – Valongo, na qual vendeu 12 das obras expostas. Apesar de ter havido pouca divulgação, a exposição surpreendeu.
Ouve uma grande adesão e foi considerada uma das melhores até então feitas naquele espaço. Vindo até mesmo a ser publicada no Jornal de Ermesinde - Regional. Devido à convocação para se apresentar ao ministério da educação em Alvalade – Lisboa, aonde assumiu o posto de guarda noturno, Miguel Westerberg não pode estar presente à sua primeira grande exposição.

UM SONHO ADIADO

Em Lisboa, passa a viver no Vale da Amoreira - Barreiro, juntamente com uma comunidade de africanos de Guiné-bissau e Angola, tendo que se deslocar de ônibus, barco e metrô para chegar ao seu trabalho. Certo dia, por ter que atravessar a cidade, acaba encontrando um grupo de artistas plasticos ao cruzar a Rua Augusta. Dentre eles o Telmo e a Vera Alexandra Carriche Monteiro, com quem vem a noivar mais tarde. Meses depois, adoece e é submetido a uma cirurgia de pneumotórax espontâneo, no hospital São José de Lisboa e fica impossibilitado de trabalhar por dois meses. Contrai matrimonio com Vera Monteiro no dia 21 de outubro de 1995 e passa a residir em Queluz – Sintra, na Avenida Miguel Bombarda em residência própria, que adquire com a ajuda da sua esposa. No ano seguinte recebe a notícia da morte do seu irmão, aos 28 anos após contrair AIDS - SIDA.
Dia 16 de julho de 1997, nasce seu filho, o qual recebe o nome de João Baptista Monteiro Westerberg. Um ano depois o menino é internado por motivos de saúde – insuficiência renal – e é submetido a uma cirurgia bem sucedida que o leva a recuperar-se.

Nesse meio tempo faz sua segunda exposição de pintura com trabalhos de pastel a óleo e carvão no Restaurante de Comida Macrobiótica, situado na zona do Saldanha – Lisboa. No verão de 1999 vai com a família para o norte do país, passar férias na casa da sua irmã Cristina Migueis, quando, com muito pesar, recebe um telefonema no qual sua madrasta o notifica da morte do seu querido pai, que faleceu na cidade de Paris em uma sessão de Quimioterapia. No mês de dezembro, em meio às festividades de final de ano, participa de uma exposição coletiva de natal na Escola Voz do Operário no bairro da Graça. Dias depois chega o tão esperado “ano 2000”, trazendo consigo novas perspectivas para um outro século. No dia 10 de maio de 2000 participa do Concurso de Idéias “Vencer a Sida – prevenção nas diferentes culturas”, promovido pela Associação de Jovens Promotores da Amadora Saudável, no âmbito do plano de atividade de luta contra a AIDS, onde se destaca por ficar em primeiro lugar e receber o primeiro premio.
Com o intuito de aperfeiçoar suas técnicas, Miguel Westerberg faz um curso de pintura na escola UITI – no Chiado – Lisboa, pelo mão mestre e Comendador - Silva Vieira, onde conheceu a pintora Luisinha e a pintora-poetiza Ana Paula Veiga a qual se tornou uma das suas melhores amiga e admiradora do seu trabalho até hoje. No ano de 2001 viaja para o Brasil com sua família onde ficam três dias em São Paulo e depois partem para visitar seu amigo Salvy em Goiânia – Goiás durante um período de um mês. Ao regressar a Portugal concorre a XI Bienal Internacional de Arte Vila Nova de Cerveira 18.08 com uma pintura, mas não é selecionado. Meses depois faz uma exposição de pinturas em Aquarelas no estilo abstrato, no Largo do Saldanha em Lisboa, precisamente entre o período de10. 09 a 30.10.
Certo dia, no metro de Lisboa, conhece a advogada Lena Coelho ao fazer um esboço de uma pintura que lhe chama a atenção. Ela, por sua vez, apresenta-lhe a bailarina Lisa Coimbra. Passam a ter contato freqüente com Miguel Westerberg e o inspiram a fazer uma de suas mais belas pinturas: “café brasileiro”. É no restaurante Italiano no bairro do Chiado, entre o mês de outubro e novembro, que faz uma exposição e perde sete das suas obras, devido à falência do proprietário. Dentre elas, um dos mais belos retratos expressivos do seu filho João.

No final do ano de 2002, conhece o seu João Eduardo Campos, que o convida a fazer uma exposição em sua Galeria e Livraria Campos. Por ser um homem bastante culto, dentro do campo da literatura e das artes, ele cativa Miguel Westerberg de tal forma, que o mesmo passa a freqüentar sua galeria no intuito de absorver um pouco mais de conhecimento. Tornam-se assim bons amigos, apesar da diferença de idade entre ambos e, segundo M. West, porque o Sr. João Eduardo Campos é, sem duvida, uma das personagens mais carismáticas, que já conheceu.
Ele até o compara a Vollard, por ter tido a oportunidade de conhecer e apoiar, ao longo da sua vida, bons artistas plásticos, escultores, poetas e escritores. Também é um homem rico em conhecimento devido às muitas viagens que fez pelo mundo a fora, fato que o leva a solidificar cada vez mais a amizade.
No dia 09 de janeiro de 2003, inaugura, com uma vernissage, sua primeira exposição na Galeria Campos, localizada na Baixa – Chiado em Lisboa e aproveita a oportunidade para lançar seu primeiro livro de poesias ”Uma sombra no deserto”. Devido à amizade entre ambos e a boa aceitação das suas obras, seus quadros passam a ser expostos permanentemente na Galeria Campos. É interessante mencionar que quando Miguel Westerberg se interessava por algum dos seus livros, eles faziam trocas por pinturas, pois um dos muitos objetivos dele era enriquecer a sua biblioteca. Em meados de maio concorre a 2ª Bienal de Escultura Ambientar-te na cidade de Leiria, com a obra: "Nós os Consumidores" e recebe o Diploma de Participação.
Precisamente no 11 de maio conhece João Paulo Araújo e ele o convida a expor na sua Galeria e Agência Fotográfica Nova Geração, onde também faz um curso de operador de vídeo, que o habilita a filmar casamentos, batizados e outros eventos culturais. João Paulo é uma pessoa mística e esse seu misticismo despertou Miguel Westerberg para compreensão da pintura surrealista, adquirindo assim, uma nova tendência para suas pinturas. As conversas, geralmente voltadas para o lado transcendental, lhe levaram a inclinar-se um pouco mais para o ocultismo. Reencarnação, pontos de chácara e tudo quanto se interligava ao misticismo, passaram a ser peças fundamentas para complementação das suas obras. A sua amizade se fez tão fundamental para Miguel Westerberg, que até hoje compartilham suas idéias através de cartas.

O FIM DO SONHO

Algum tempo depois, a convite de um amigo, expõe no átrio de entrada da Faculdade de Letras de Lisboa, juntamente com Vera monteiro. Nesse mesmo ano desentende-se com um amigo e com a Vera Monteiro, fato que o leva a sair de casa e divorciar-se. Passa assim a viver em Martim Muniz, no Largo do Terreirinho nº. 12 –1 esquerdo, no centro de Lisboa. Nessa mesma época, reencontra a Lisa, apaixona-se por ela e vivem um romance.
Todavia, passando-se alguns meses, ao ter a ilusão de que tudo estava começando a se reestruturar novamente, decidem terminar o relacionamento devido à incompatibilidade de genes. Com o fim de mais um relacionamento, vive momentos desoladores de depressão, que o levam a buscar um novo significado para a sua vida. É na arte, por mais uma vez, que encontra alento e as forças que tanto necessita para prosseguir o seu caminho. Sendo assim, certo dia ao passar pelo bairro de Alfama, entra em uma galeria de arte movido pela curiosidade e conhece
João Valério Pereira, um estudante de psicologia e proprietário da galeria Artifama, que se torna seu amigo no momento em que constata o quanto se identificam. Fato que os leva a compartilharem idéias afins sobre diferentes assuntos ligados a psicanálise e artes plásticas, dentre muitos outros temas. Vive uma experiência única e enriquecedora, que contribui com o seu desenvolvimento pessoal e o ajuda, gradativamente, a se restabelecer. João Valério se torna o seu mentor no campo da psicanálise e Miguel Westerberg o retribui com os seus conhecimentos artísticos. Mutuamente ambos trocam diversas experiências, que os tornam cada vez mais amigos.
Através dele, faz duas exposições coletivas na Galeria Artifama, juntamente com vários pintores, dentre eles: Eduardo Henrique, José Neto, Ana Paula Veiga, seus grandes amigos, Michael Barret, Góis Pina, Manuela Pinheiro, José Pádua, [Israel West], pseudônimo que Miguel Westerberg usava) entre outros. Após um ano de altos e baixos, no dia 03 de dezembro de 2004 o seu divórcio finalmente sai, mas também traz consigo algumas conseqüências nada agradáveis, pois é através dele que perde todos os seus bens e, por determinação judicial, a tutela do seu filho fica a guarda e cuidados da mãe. É impressionante como a mesma coisa que lhe devolve a “liberdade”, lhe aprisiona dentro de suas conseqüências catastróficas! O mesmo amor que outrora contribuiu para construção de uma possível vida estável acabou por destruiu todas as suas esperanças e expectativas de um futuro que julgava ser seguro. Mais uma vez pode contar com a sensibilidade de João Valério, que ao pressentir a desolação do amigo, o convida para passar o fim de ano, juntamente com outros colegas, em sua casa de campo, localizada em Gondramaz, arredores de Coimbra, onde também comemoram o 32º aniversário de Miguel Westerberg, descrito pelo próprio João Valério da seguinte forma:

Sete pessoas e um bebe juntas durante três noites e quatro dias neste sitio isolado no cimo do monte. Um virado para a psicologia, outro para a física, outra para os números, outra para o design, outro para as contas, outra para a informática, outro pintor e outro que ainda tem de decidir o que vai ser quando crescer. Mas que grande mistura. No entanto foram dias excelentes quanto a mim. Se procuramos paz este sitio é o ideal. Apesar de regresso à civilização algo de lá permanece comigo. Ainda existem sítios em que podemos só pensar no que nos rodeia, essencialmente porque o que existe permanece estático e se algo muda é a nossa vontade. Ao som de Interpol, National Bank, Kent e outros, assim viajamos em memórias e sensações. Bem, Kent então é que marcou a madrugada de um de Janeiro/2005. Esse CD deu tudo que tinha a dar. Acho que agora só deve conseguir tocar três faixas. “Burn, Money Burn”. Os bons momentos voltam a nós.
Bom ano para todos! ...João Valério Pereira
.
O DESPERTAR
 
No final do mês de janeiro de 2005, em uma noite fria de inverno, tendo por companhia apenas o ruído do vento e uma melodia de Sebastian Bach tocando ao fundo, Miguel Westerberg liga o computador em busca de um elo de ligação entre ele e o mundo exterior. Ao verificar seus e-mails uma página lhe chama a atenção e em uma tentativa de se fazer ouvir, entra em um site destinado ao compartilhamento de idéias. Deixa uma mensagem que, mais tarde, vem a ser respondida por alguém que se encontra no outro lado do atlântico. Esse foi o primeiro contato dentre tantos outros que passaram a ter, levando-os a se manterem interligados. Foi o nome enigmático da pessoa que com ele se contatou, que mais o atraiu devido ao tom místico e sonoro produzido ao ser mencionado. Hadassa Alencar, pedagoga e professora de idiomas, passa a ser desde então, o princípio de sua nova fase chamada “O Despertar”.
Foi através dela que Miguel Westerberg consegue forças para idealizar uma nova perspectiva, que aos poucos lhe devolve a auto-estima e o faz acreditar na possibilidade de viver um novo amor. O contato entre ambos se intensifica de tal forma, que ele decide fazer um projeto de vida a dois e é levado a mudar radicalmente ao partir para outro país em busca de um recomeço. Enquanto espera pelo momento mais oportuno para mudar-se para o Brasil, prossegue com a realização de mais uma exposição “Estigmas”, no dia 04.02.05 no bairro da Graça – Lisboa.
No principio do mês de agosto, como uma forma de se despedir da Europa, faz uma viagem a Paris, onde fica por uma semana na casa de seu amigo Olivier Martin, na Rua Lepic 78. Lá procura reviver momentos que marcaram a sua juventude e principio do aprendizado dos seus conhecimentos que muito contribuiu para o seu amadurecimento artístico e pessoal. Regressa a Portugal e através da Galeria Século XVII, cuja proprietária é a dona Adelaide Valerio, mãe de João Valério, é convidado a expor duas das suas pinturas em uma exposição coletiva no hotel Roma em Lisboa. Antes de terminar o ano, no dia 5 de dezembro de 2005, tira férias do trabalho para visitar a sua irmã Cristina Migueis e seus sobrinhos em Ermesinde – Porto. Reencontra a irmã Mariana Migueis, os quatro filhos e toda a família se reúnem para festejarem o ano novo. Antes da meia noite pega uma garrafa de champanhe e vai com a sua sobrinha Tânia Cunha ao centro da cidade do Porto para assistirem à queima de fogos de artifício na Avenida dos Aliados. Celebram assim, juntamente com a passagem de ano, o seu 33º aniversário.

O RENASCER
 
O ano de 2006 surge e com ele a esperança de uma nova vida começa a se concretizar. Retorna então a Lisboa, pede afastamento do trabalho durante o período de um ano, despede-se dos seus amigos e, finalmente, no dia 27 de janeiro, viaja com destino a São Paulo – Brasil para encontrar-se com Hadassa Alencar. Em uma manhã chuvosa, atípica de verão, a cidade de São Paulo acorda para receber mais um habitante. Nas primeiras horas do dia, nervosa e extremamente ansiosa, ela se dirige ao aeroporto internacional de Guarulhos para encontrá-lo. O vôo sofre um atraso, retardando assim, o encontro dos dois. Horas mais tarde Miguel Westerberg desembarca em solo brasileiro, mas devido a dimensão do aeroporto, ela só o localiza minutos depois, quando contata um policial, que lhe indica onde ele se encontrava. Ela sai ao seu encontro e no momento que se aproximaram ambos se entreolharam e abraçaram-se demoradamente, pedindo em uma prece silenciosa, que aquele momento se perpetuasse continuamente em suas vidas.
Como conseqüências da imensidão do amor que continuamente crescia entre ambos, contraem matrimonio no dia 04 de março de 2006, de acordo com o relato feito por Miguel Westerberg no seu diário.

Levantei-me por volta das nove horas para estar com a Hadassa no cartório a fim de nos casarmos às 10h20min de sábado. Correu tudo bem e tivemos como testemunha dois irmãos da CCB, Quesia e Adriano. Uma amiga da faculdade, Márcia, tirou fotos e a sua irmã, Sônia, filmou... Não estávamos nada à espera. Na parte da tarde fomos para a casa da Márcia e seu marido Marcelo, que fica em Eldorado, na praia vermelha. Como havia uma piscina, fartei-me de mergulhar juntamente com os seus filhos Kevin e Emily, com os quais passei a maior parte do tempo a brincar.
O Marcelo fez um churrasco e convidou a sua família... Prepararam-nos um bolo de surpresa.
.
No dia que completa dois meses que chegou no Brasil, M. West resolve dedicar essas palavras para sua esposa, como uma forma de provar o seu verdadeiro amor.

“Para a minha amada esposa"

Subir uma encosta e ter-te em mente, amar-te para nunca te perder, eis a causa da minha essência, da minha luta para que eu viva e vá ininterruptamente mais além do que qualquer individuo ate aqui tem ido. Eu sei que tu me conheces e eu acredito que também te conheço, afinal de contas, somos um só e é por isso que estamos juntos... Talvez eu seja diferente afinal não existe ninguém igual, nenhuma pessoa que seja igual. Tenho viajado muito e em todas as minhas viagens nunca vi nenhuma pessoa igual. Para mim não é novidade e deve ser por esse mesmo motivo que eu aceito os demais com tão grande facilidade, pois para mim, a beleza reside na diferença, sim, por sermos tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais! E ainda bem que somos diferentes, ainda bem que somos iguais, quando rimos, quando choramos, quando amamos mesmo que de diferentes maneiras, sim, todos amamos. Eu amo-te e muitas vezes não sei descrever o meu afeto, talvez possa gritar entre uma tão grande multidão, apenas para dizer ao mundo que te amo, mas eu sempre fui distante e tu já deverias me distinguir quando me vês como me vês, já deverias saber que esta é a minha forma ou meu jeito, este sou eu, aquele que te ama, como nunca nenhuma pessoa te tem amado ate aqui.
Se acreditares neste amor, ele encerrará sempre em cada dia um raio de luz oriundo de ti para mim, para me fazeres crescer e como gostaria de crescer! Gostaria de crescer ao teu lado e despertar igualmente ao teu lado, mesmo ate quando eu sei que tantas vezes por ser como sou, sim, diferente, um poeta, um idealista, um homem que igualmente chora que ao mesmo tempo ri, mas que crer acima de tudo, que é tão diferente, meu Deus, como sou tão diferente! Quando em cada dia, mês ou ano eu olho e tu estas sempre ai, bem juntinho a minha cabeceira..., me desculpa, mas isto para mim apenas tem uma só confissão e essa confissão escreve-se apenas com a chama do nosso amor. Sabes, um dia quando os nossos cabelos ficarem cor de prata e nossos corpos já não conseguirem deter mais força alguma, no dia que a nossa voz se tornar arrastada, eu saberei que a força do nosso amor será ainda mais possante, pois juntos, bem juntos, vamos rir destes dias tão estranho que hoje vivemos, porque amanhã os nossos lábios e corpos se materializarão, para delinear um só circulo o do amor, o nosso amor! Quero que arquives esta pagina, estas palavras dentro de ti, para que quando vir à tempestade sobre a nossa casa, tu digas somente isto: Eu te amo, tu me amas, nós nos amamos e por isso mesmo acontecimento nenhum nos poderá deter nesta jornada.
Com todo meu ser para o meu ser, que es tu em mim minha esposa, minha companheira, meu anjo, minha seiva, sim, meu amplo amor... Grande amor!
Miguel Ângelo Westerberg - Diadema – S.Paulo 2006/03/27
 
PERIODO VERDE E AMARELO
 
Sua estadia no Brasil o leva a focar-se cada vez mais nas artes plásticas, passando assim a estudar os movimentos artísticos e culturais, bem como as tendências dos pintores brasileiros. Visita o MASP, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Centro Cultural Banco do Brasil, onde pela primeira vez tem a oportunidade de analisar a pintura Sul Americana, principalmente a do principio do século XX com os seus movimentos modernos.
Visita o Edifício Altino Arantes, ícone da cidade de São Paulo, que oferece um grande atrativo a população paulistana e a seus turistas. A Torre Banespa, devido à vista panorâmica de 360º, de onde se pode avistar até 40 km de distancia, fato que modifica a visão de Miguel Westerberg com relação ao Brasil, pois pela primeira vez conseguiu compreender a dimensão e riqueza do país.
O que o leva a mudar sua paleta, dando uma tonalidade de verde e amarelo as suas próximas obras. Através da internete cria um blog com a finalidade de se iniciar um novo movimento artístico, que recebe o nome de “Movimento Artístico Os Globalistas”, no qual os primeiros artigos apresentados são os seguintes:
1º - A arte pela arte
 
Quanto ao fato de que vivemos numa era de grande consumismo todos nós já sabemos. Por esse mesmo motivo é que muitas das vezes alguns de nós, incluindo os artistas, tantas vezes nos confrontá-mos com essa questão... Sim, será que a pintura esta a morrer? E que papel terá ela no séc. 21? Eis duas interrogações, que acredito que não só a nossa geração como as anteriores se debateram com elas, pois cada vez que tem surgido uma corrente artística, os mesmos se têm confrontado com estas mesmas questões.
Onde melhor se pode observar e obter informações sobre estes temas é na virada do séc. 19 para o séc. 20, pois foi nesses dois grandes séculos que surgiram todas as formas de ismos. Começando, é claro, como todos sabem, pelos impressionistas: Manet, Monet, Degas e outros tantos, tais como Van Gogh e Gauguin. Destes últimos nasce a idéia do expressionismo... e por ai a fora. Ate o final do séc. 20 muitas outras correntes surgiram, tais como o cubismo e o dadaísmo... Etc. Na era atual, penso que esta a acontecer o mesmo. Chamo a isto perca de identidade, pois hoje já não acontece como alguns anos atrás, que meia dúzia de artistas dava tudo por uma corrente, lutando contra todas as convenções.
Hoje, porem, já não se forma grupos e, contudo, gostaria de conhecer alguém que aceitasse esse desafio e criasse uma comunidade de artistas, onde se possa debater idéias com um só principio e fim: evoluir e dar uma oportunidade a geração seguinte.
Estive a cerca de meio ano em paris apenas com um só propósito: encontrar algo novo, e o que vi foi apenas uma tão grande pobreza, pois cada vez que me aproximava para compartilhar as minhas idéias, sentia um leve ciúme e vontade se afastamento, não encontrando nada de novo, apenas arte comercial... (puro egoísmo) na Espanha pude observar o mesmo, assim como no restante da Europa por onde passei.
Estou atualmente no Brasil, dedicando-me as artes plásticas e tenho visto algo aqui: vontade de uma possível mudança, contudo, creio que só será possível se houver uma grande união e que, acima de tudo, tenha um só propósito: continuar e dar continuidade a arte para que aqueles que um dia vierem depois de nós, possam, mesmo que enfrentando as mesmas dificuldades, ter este nosso bom testemunho... Sim, nós estivemos aqui e não nós deixamos cair em tentação, isto é, no esquecimento.
Venho assim por este meio convidar todos os artistas interessados a criarem um novo ismo... Uma comunidade capaz de dizer basta ao ciúme, basta de interesses e viva esta nova era que poderá assim ser lembrada de geração em geração. Acredito que os pintores tanto brasileiros quanto estrangeiros jamais deixarão a arte morrer. .
Miguel Westerberg - 2006-03-26 – S.Paulo
2º - “Os Globalistas”
De um tempo para cá tenho me interrogado do por que, que as artes plásticas entraram em ruptura, por isso mesmo, tentei entender que essa ruptura se deve as constantes mudança brusca que tem ocorrido nestes últimos anos e que muitos de nós nem se quer tem se apercebido, que entramos numa nova era, a era da globalização. Talvez exista alguém que diga isto: O que é que a globalização tem haver com arte?
Para mim tem muito, afinal de contas, sou artista plástco e junto com outros artistas tenho me debatido muito, dentro e fora de mim, sobre o porquê desta ruptura, que já se faz sentir, há algum tempo. Foi assim que depois de tanto me debater sobre este mesmo tema, que decide dar, antes de tudo, um nome a este movimento artístico. Encontrei assim, um nome entre tantos outros: GLOBALISMO e creio que este nome se encaixe com perfeição, afinal de contas, há algo em mim, que me diz que a era contemporânea chegou ao fim, e que esse fim foi na verdade o fim do século XX. Com o fim de uma era, chega outra era, a era da globalização. Talvez muitos dos possíveis contemporâneos possam achar esta minha afirmação como sendo ridícula aos seus ouvidos, pois ninguém quer ficar para trás, eu mesmo faço parte dessa era, mas aceito que o tempo de mudança chegou e que é preciso acreditar nesta nova era. Tenho consciência que o mundo atravessa uma das piores crises de sempre, que é a de ter que aceitar que a partir de agora a globalização passa a estar na linha da frente de todos os acontecimentos.
O individuo que contrariar esta vontade é o mesmo que dizer que prefere ficar pra trás, mas há alturas que podemos tomar decisões e outras vezes não, pois não somos senhores do destino. Ele, o destino, tem os seus princípios e segue os mesmos, assim como cada indivíduo segue uma determinada linha de idéias, não sabendo que essas mesmas idéias são as continuidades de novas idéias, que lentamente estão a ser geradas. Acredito no destino e sei que ele por si só, já é um todo. O destino das nações, o destino da arte pela arte, sim, o destino de cada um de nós, quando se interliga. Neste preciso momento o destino da humanidade está a ser traçado, pois se olharemos ao nosso redor, obrigatoriamente somos forçados aceitar que a tecnologia e a informática chegaram e com ela também chegou uma nova era: a era da globalização, que, a partir deagora, fica por assim dizer, ao alcance de todos. Refiro-me aqui a internete, pois ela está a proporcionar uma totalidade para todos. Os artistas plásticos, a meu ver, têm que acompanhar este mesmo progresso para que possam obter mais facilidade de divulgação de suas idéias, trazendo com isso mais conhecimento a nível cultural para todas as casas, já que a humanidade, muitas vezes, não tem tempo para sair e ir ao encontro da arte.
Convido assim, todos os artísticos a se unirem em uma só causa: a divulgação da arte pela arte via internete, mas dentro de uma linha que proporcione e devolva aos demais o gosto pelas artes. Agora gostaria de deixar bem claro que todas as formas de artes são bem vindas, já que o que realmente importa é a mensagem que cada um dos artistas tem para transmitir.
Seja bem vindo ao século XXI, à era da globalização! Bem vindo ao movimento dos GLOBALISTAS.
Miguel Westerberg - Diadema – S.Paulo - 2006-04-03

Aos poucos Miguel Westerberg, se inseriu em vários eventos artísticos promovidos por associações relacionadas a cultura. É convidado pela Suzana Jardim para assistir a publicação do 29º exemplar do jornal PNOB, que saiu no dia 10/03/06 na casa das rosas, na avenida Paulista, 37:...São 14 horas da tarde em S. Paulo, o tempo é a ameno, pois uma leve brisa rasga por entre as fachadas dos velhos prédios. Lá embaixo há uma azáfama constante dos que vem e vão para partes incertas. É como se o mundo todo procurasse algo e esse algo, muitas vezes, lhes encapassem por entre os dedos. Às vezes sinto que, inconscientemente, eu mesmo me vejo em situação similar, quando algo me escapa e me leva a questionar o sentido desse paradoxo inconstante. Poderia descrever mil e uma coisas que em boa parte acabo por ignorar, sim, deixar escapar entre as minhas mãos, mas quando desperto a tempo, consigo tirar proveito delas para edificar a mim e aos demais que anseiam por despertar.
Talvez o meu despertar instantâneo ocorra pelo simples fato de ser artista plástico e estar atento a tudo que me cerca. Foi este conjunto de pensamentos e ideais, que me levou a escrever, pela primeira vez, para este jornal PNOB a convite da Suzana Jardim. Para nós artista a vida é um todo que se interliga e quando, por alguma razão, esse todo não faz sentido é ai que nós intervimos através da escrita, num poema, numa pintura sobre tela, numa escultura, na expressão de qualquer ator ou até mesmo nas letras de uma musica. Ontem, tal como hoje, posso dizer que tudo que sei é devido aos mesmos, eles são os meus mestres e eu o discípulo, embora algumas vezes os papeis se invertam. Escrevo isto porque tenho em mente que a verdade não esta apenas com um só individuo, mas ela é aparte integrante de um todo, que todos fazemos parte e é por essa razão que a minha verdade só se completa quando uma outra verdade se interliga e cria em si uma sintonia perfeita.
O jornal (PNOB) que quer dizer: “Pensar Não Basta” sente-se assim na obrigação de dar a conhecer aos leitores e interessados um pouco de um todo que constantemente nos passa ao lado.
Um forte e cordial abraço.

MIGUEL WESTERBERG - S. Paulo, 14 de março de 2006.

Nesse mesmo evento, com sua esposa, faz contacto com vários artistas, dentre eles,TELES ANDRÉ, Patricia Hessel, Marcos Nakasone, Douglas Leitão, Renato Amisy, entre outros. Expõe duas de suas obras “ Serenata e Ap 205” no café Adriane no centro de Diadema, em frente a sua residência. Participa pela segunda vez da publicação da 30º edição do JORNAL PNOB, desta vez com um desenho seu no dia 10.03.06 no qual também é divulgado o seu blog.
.
EXPOSIÇÃO PERTINENTE

A convite do artista plástico e amigo André Teles, participa da primeira Exposição Pertinente, realizada no dia 28 de abril de 2006, ao meio dia, na av. Paulista. Artistas do cenário contemporâneo, moderno e underground, reunem-se para a maior exposição coletiva dos últimos tempos. Artistas plásticos, escultores, fotógrafos, poetas, músicos e pensadores reunem-se no Parque Trianon na Avenida Paulista em São Paulo. Cada artista, com sua obra de arte, “passeia” formando uma Exposição Viva, vestindo Folha de Jornal como Parangolés! As obras foram expostas ao público passante com intervenções nas faixas de pedestres e nos corredores centrais das Avenidas. Com o objetivo de ter o reconhecimento do talento artístico de cada “expositor”, recriando a arte de valor, arte como moeda de mercado e como meio de ofício e renda.
Essa foi à oportunidade de conhecerem as obras e os artistas presentes, e assim, darem voz à Arte Multifacetada Brasileira. Para melhor reconhecimento do público presente, Sebastião Maria, artista plástico, sugeriu que cada um fosse identificado por um “PARANGOLÉ”, distribuído para cada artista no Trianon. O Parangolé tem como propósito “incorporação do corpo na obra e da obra no corpo” afirmou Hélio Oiticica. Uma folha de jornal foi utilizada pelo evento, “o participante virou a obra ao vesti-la, ultrapassando a distância entre eles, superando o próprio conceito da arte” H.O. A participação de cada artista foi voluntária e esta ação foi sugerida por André Teles artista plástico e motivada por Suzana Jardim editora do Fanzine PNOB, que criou o movimento cultural do zazaísmo. Releitura secular do dadaísmo, ao invés de negar o pensamento, “reconhece o pensamento e suas formas de expressão!”.
“É um momento de semear uma nova conduta para esta geração de virada de milênio; coletivizando as ações, realizando o somamos“. Afirma, Suzana Jardim.
O evento repercutiu em todo o Brasil através das redes de televisão Globo e Cultura, assim também como no jornal O Estadão do dia 27 e 28 de abril de 2006.
S.O.S EM SAMPA

Três dias depois, quando tudo parecia tranqüilo, Miguel Westerberg é acometido por uma forte crise de apendicite, que o leva a ficar internado no Hospital Municipal de Diadema (HMD) durante sete dias. Retorna para casa, mas devido a uma infecção é forçado a fazer uma drenagem e permanece com a cirurgia aberta por vários dias. Finalmente se recupera e tem alta definitiva. Em uma noite bastante conturbada, devido as dores que sentia, levanta-se da cama, vai até a janela da sua sala e qual não é a sua surpresa quando se depara com cenas chocantes: ônibus em chamas, policiais a revistar cidadãos na calçada das lojas e um clamor latente se expressa no rostos dos que passavam. Amanhece o dia e as noticias começam a revelar o caos vivido por todo o estado de São Paulo, devido a rebelião de penitenciários pertencentes ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
.
O ESTADO DE SÃO PAULO

Ataques e rebeliões continuam. Guerra do PCC já faz 72 mortos. Dois dias após ter sido deflagrada a maior onda de ataques do crime organizado já registrada no Brasil, o governo de São Paulo não havia conseguido controlar a violência. Até o início da noite de ontem foram registrados 113 ataques - atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC) - a policiais, delegacias, quartéis, prisões. O número de mortos chegou a 72, sendo 35 policiais, 3 civis, 19 bandidos e 15 presos. Nos presídios, a situação também se agravou. No sábado foram registradas 24 rebeliões, sem registro de mortos. Ontem, presos se amotinaram em 69 dos 105 presídios do Estado. Também houve tumulto em unidades da Febem nas zonas norte e leste de São Paulo, durante visita do Dias das Mães. No segundo dia de violência, a polícia partiu para o contra-ataque e, segundo números oficiais, 19 bandidos foram mortos em 24 horas. Sessenta suspeitos de participar dos crimes foram presos. O chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, havia feito duas exigências para acabar com as ações no Estado: a liberação de visita aos presos no Dia das Mães e a entrada de 60 televisores em presídios para que os detentos pudessem assistir aos jogos da Copa.
Jornal O Estado de São Paulo - Maio / Junho de 2006

O maior estado do Brasil para completamente e os cidadãos de bem passam a viver presos dentro das suas casas até que a situação é parcialmente controlada.
.
COLETIVAS VERDE E AMARELO

O mês de maio de 2006 chega ao fim e exatamente no dia 28, Miguel Westerberg volta à ativa e participa de mais uma exposição coletiva em Embu das Artes com os artistas André teles, Sandra Parma, Mendell, Marcos Nakazone e os demais que fazem parte do movimento zazaista. As obras expostas foram: rosto feminino cubista, cinco da manha em São Paulo e formas trigonométricas. As duas ultimas também participaram do concurso VI Universo Feminino. Alem das pinturas expostas o evento prestigiou poetas, músicos e escultores, que encantaram o publico com suas obras. Para finalizar os zazaistas deram uma palestra sobre arte, ressaltando a importância de se preservar a arte indígena. Abaixo segue em ordem cronológica os demais eventos que o pintor Miguel Westerberg participou em São Paulo até o mês de outubro de 2006.
.
GROUPS OF GLOBALIST ARTISTS - SEC XXI

Nowadays the world of the arts, including a big part of artists, feel like if they were out of the society. It was for this reason that, along with a small group of friends and artists, I decided to create an inclusive movement that would insert us into the “patterns” of society, at the same time that we are bringing them to our world…By the way, who is accepting who? I chose the name GLOBALISTS because, first of all, it’s a new word which has becoming, little by little, part of everybody’s vocabulary and this word alone embody, unify and, consequently, has the power of inclusion.The Globalist Artists have a great mission that has just started: they are in charge of taking a unification message to the whole word through their paintings and related subjects.Inside this blog you will find a great variety of different styles, what also brings a real sense to the world GLOBALIST. We don’t exclude any kind of art, no matter if it is a Naïf, Surrealist, Classical, Cubism, Abstract or any other one. Our purpose is to continue the ART BY ART, no matter what happen.I believe this movement will be hardly criticized sooner or later, because it is not common to join many style in this dispersive and selfish world that is always labeling and separating everything they judge GOOD or BAD, but for us, there aren’t good or bad artists , but only bad observers!!
.
Written by Miguel Westerberg - São Paulo, May 31, 2006

The Artistic Movement Called “Globalist” was created in April 5th, 2006 in San Paul – Brazil by a Portuguese artist: Miguel Westerberg. Its purpose is to divulgate the artistic and contemporaneous work of many artists spread around world, especially inside the plastic arts, prose, poetry, sculpture and everything in between for the cause of ART. Groups of Globalist Artists: FERNANDO ALVES, JOÃO PAULO ARAÚJO, ANNA VEIGA, MARCO BRAZ, SILVIA CASTILHOS, VIXL, MARCOS NAKASONE, CECILA ZEN, ERMÍNIO SOUZA, SANDRA PARMA, MIGUEL WESTERBERG, AIRTON DE OLIVEIRA, CATARINA GARÇIA, DOUGLAS LEITÃO, GUIOMAR BALDISSERA, VIVIAN CARVALHAIS, ANDRE TELES, MENDELL,* EDITOR AND WRITER: HADASSA WESTERBERG
.
O Esporte através da Arte

De 04 a 29 de Julho, a convite de Norma Amaral, Miguel Westerberg expõe no Alphaville Tênis Clube em uma coletiva que teve o desporto como tema principal devido à copa do mundo. Juntamente com ele participaram os seguintes pintores: Giuseppe Ranzini, Yesa Nancy, Cliuton Jr. Chris Burdelis e muitos outros. O evento foi publicado na revista VERO de Alphaville e no jornal da TV cultura.Brasil.
Mostra de Arte de Diadema

Nesta sua 6 edição, a Mostra de Arte de Diadema recebeu 375 inscrições, num total de 750 obras inscritas. Cada área artística - Artes Plásticas, dança, desenho de humor e quadrinhos, fotografia, musica, poesia e conto, teatro, vídeo - contou com uma comissão organizadora formada por assessores e agentes da secretaria de cultura e representantes dos artistas da cidade, indicados pelo fórum municipal de Cultura, e desde o primeiro momento colaboraram na concepção e organização do evento.
A título de estímulo aos participantes, desde 2003 a Mostra incorpora o Prêmio Cultural Plínio Marcos, que agracia os três melhores artistas e obras em cada uma das oito categorias. As premiações são resultados da análise estética feita por oito comissões julgadoras, formados por artistas e críticos de renome, especializados em cada categoria. Cada corpo de jurados realizará também, em encontros com os artistas locais, uma apreciação crítica do conjunto dos trabalhos participantes, aberta a todos os interessados. Assim, artistas e público poderão ter acesso não apenas à produção artística da cidade como também à reflexão crítica e estética sobre essa produção. A mostra de ARTE DE DIADEMA tem sido, nestes seis anos, a principal ação de difusão cultural da cidade de voltada aos artistas locais. Seu objetivo maior é oferecer um painel amplo, diversificado e atual da produção artística em Diadema. nesse sentido, sempre buscou ser o mais inclusiva possível, estando aberta não só aos artistas residentes, mas também àqueles que mantêm vínculo artístico e cultural com o município. Em 2006 ampliamos os dias de apresentações da Mostra em diversas categorias, para que a seleção dos trabalhos participantes pudesse ser ainda mais abrangente.
A cerimônia de premiação e encerramento ocorre entre 07 de julho a 11 de agosto.
Boa sorte a todos os participantes. Á Direção
O Prestíssimo
.
Miguel Westerberg participa na exposição coletiva no bairro dos Jardins durante o lançamento da 32ª edição do Jornal PNOB, no qual escreve um artigo referente ao Movimento Artístico Os Globalistas e expõe uma tela retratando o centro de São Paulo em forma trigonométrica. Nesse mesmo evento ocorreram outras manifestações artísticas em forma de musica e poesia.

Exposição Fisk

Ao fazer esta exposição de pintura, me predispus e pensei cada tela como penso naquele que um dia a vai observar. Sabe, eu poderia ter feito uma exposição só de trabalhos abstratos, mas cheguei a uma conclusão: existe uma vontade no ser humano de poder ver algo ainda visível, isto é, formas clássicas..., algo que tenha um rosto, uma casa ou ruas e ate mesmo animais, porque este é o nosso mundo e ele deve conter cada um destes temas. Assim nasceu esta exposição, feita com carinho para um povo que anseia tantas coisas boas e que ama a vida em todas as vertentes. Quem esteve presente pode sentir algo muito típico do Brasil, tais como as cores, o verde e amarelo que se interligam com o ocre, a cor da terra, porque o Brasil é isto mesmo: o “pulmão” do mundo! Logo o meu primeiro dever e respeito foi para estas três cores..., quem sabe um dia as gerações futuras poderão olhar para cada uma destas telas e dizer: houve um dia uma geração de artistas, que descreveu o Brasil tal como ele sempre foi..., verde e amarelo com cheiro de terra. Uma obra de arte não nasce de um dia para outro..., leva o seu tempo, às vezes meses, anos e outras vezes só é compreendida séculos depois por outras gerações, as que viveram depois de nós. Por isso, quando se esta perante uma tela ou qualquer obra de arte é preciso sentir o tempo que estamos a viver. Eu chamo isto de viver a historia e senti-la com nostalgia, porque a historia é feita de pequenas historias..., as das nossas vidas.

Esta é a minha historia, dos quais todos vós quando participantes poderão um dia dizer: eu estive ali, falei sorri e senti o tempo, que será um dia eterno, tanto para vós como para aos vossos filhos, netos e ate mesmo bisnetos, porque a arte pela arte tem este poder, de fazer despertar certas emoções, que são o elo que liga o passado ao presente e o presente ao futuro para ele se transforme em algo enriquecedor. Arte pela arte, ou retorno dos ismos, poderia ser este o titulo da exposição, mas deixo para cada um de vós uma sugestão independente, já que cada indivíduo carrega dentro de si um elo que o interliga com arte. A Arte de sorrir, de amar, ou de estar presente em situações difíceis, enfim um sem numero de artes que tem a ver com arte de sentir. Mas esta é arte que vos deixo, arte de pintar uma tela e através da mesma tentar despertar certas emoções. Pois elas falam quando são observadas por vós e dizem apenas o que cada um sente e anseia dizer. Sendo assim, nesta exposição de pintura acrílica retrato o mudo tal como ele hoje se apresenta, o meu mundo, que é também vosso, onde as linhas simbolizam estradas ou caminhos, os traços, as sombras e a cor é vida que nos cerca. Nesta exposição é possível ver dois estilos completamente diferentes, mas que se interligam: o estilo clássico e o abstrato, que fiz com o propósito de interligar uma geração a outra geração, a contemporânea e a global.
A contemporânea que muitas vezes esta ainda fechada no circulo do que é visível as formas clássicas, mas a nova geração a global, apenas necessita de uma arte que os transporte ao mundo abstrato. Foi por isso que separei os dois tempos e ao mesmo tempo os interliguei. Estou convencido que a minha idéia é apenas o resumo deste todo que a partir de agora temos que nos adaptar a uma nova era, a era global.
---
Sejam bem-vindos e aprecie por que esta exposição foi feita para si.
Miguel Westerberg - 2006-08-24
.
FESTA DA HISPANIDAD
 
No dia 12 de outubro, os países hispânicos celebram o Dia de la Hispanidad. Foi no ano de 1492, depois de setenta dias viajando nas caravelas Santa Maria, Pinta e Nina, enfrentando o nervosismo e desespero da tripulação, que um marinheiro gritou da torre de vigia: "Terra! Terra!" Pouco depois, Cristovão Colombo, seguido pelos tripulantes dos três barcos, desembarcou numa ilha das Antilhas, a qual deu o nome de São Salvador: tinha sido descoberta a América e a partir desse dia passaram a celebrar a festa de la hipanidad em todos os paises Ibéricos.
Como o Fisk é uma escola de idiomas, costuma celebrar as datas comemorativas referente aos paises de língua inglesa e espanhola. Sendo assim, a convite dos coordenadores Paulo e Marisol, Miguel Westerberg participa da celebração com a doação de duas de suas obras na unidade de Taboão da Serra. Uma ao Instituto Brasileiro do Câncer (Casal Nordestino) e a outra a secretaria de Educação de São Paulo (Peixes), já que o intuito da festa é angariar fundos para instituições filantrópicas.
.
PALESTRA NA FACULDADE DE DIADEMA

Devido à semana da cultura do curso de Letras e Pedagogia da FAD entre os dias 09 e 13 de outubro, Miguel Westerberg é convidado a dar uma palestra abordando a repercussão da arte e seus movimentos através dos tempos.
Com a ajuda da sua esposa e utilizando uma apresentação de slides do PowerPoint, expõe no data show uma linha do tempo explicando o que é arte e o surgimento dos movimentos desde 1872 quando surge o Impressionismo, ate a era atual no qual finaliza com os primeiros passos do Movimento Globalista.
.
ARTIGOS NO JORNAL PARANÁ

Essa foi mais uma oportunidade de expor suas idéias em parceria com a artista plástica Guiomar Baldissera, que trabalha no Jornal Paraná e sua esposa Hadassa Westerberg.
.
“Globalização mais que uma simples palavra”

Dentre tudo que foi possível compreender cheguei a esta conclusão: a globalização existe, mas não há bases sólidas nem suportes para que ela beneficie todos Miguel Westerberg, artista plástico português, hoje reside em Diadema – SP., Miguel Westerberg tem uma ampla visão para o mundo da globalização, teve a feliz idéia de unir vários artistas, entre eles, artes plásticas, poesias e prosa, literatura e escultura, tudo que envolve a arte em geral. Para juntos divulgarmos nosso trabalho e juntos podermos mostrar a importância da arte e sua valorização. Miguel Westerberg nos fala sobre o que pensa da globalização em si.
 
(Guiomar baldissera)

Não vos orgulheis do que sabeis, pois esse saber tem limites bem estreitos no mundo e no setor artístico que atuais. Porque o artista não é pago pelo seu trabalho, mas sim pela sua visão.
Globalização mais que uma simples palavra... – Dentro de um universo tão vasto a palavra globalização aparece apenas para se falar de economia, mas ao analisar diversos artigos sobre o assunto, observei vários pontos que me levam as seguintes indagações: será que a globalização é apenas economia? Será que as bases da verdadeira globalização estão lançadas? Que projetos existem? Que idéias e vantagem um mero cidadão do mundo pode tirar? Dentre tudo que foi possível compreender cheguei a esta conclusão: a globalização existe, mas não há bases sólidas nem suportes para que ela beneficie todos. Após um estudo minucioso sobre os aspectos positivos e negativos da globalização, decidi escrever sobre a parte que nos atinge de forma plural e não singular como ela é economicamente tratada, de forma que a humanidade fique esclarecida e acredite que ela é mais do que um monopólio de interesses econômicos, com o intuito de deixar um legado às gerações futuras e de forma que a era da globalização não se resuma a meras palavras tais como o capitalismo centralizado, existente somente nas mãos dos poderosos que detêm o “poder”.
 
Estou convencido e acredito que se existir uma base tanto de nível econômico quanto cultural e social, a globalização passará a ser mais significativa para todas as pessoas dentro de um curto período de tempo, pois é inegável que atingimos uma nova era, mas que estamos alheios a ela por nos manterem a parte e excluídos através dos aparelhos ideológicos de estado. Não estou convencido que a globalização pertença somente aos magistrados e potestades, acredito e tenho plena consciência que ela pertence a todos e que todos podem usufruir dela como um bem precioso a todos os níveis.
A minha idéia é simples: reunir, conectar e nunca dispersar ou individualizar e para isso é necessário reunir um todo em todos de forma a dar corpo, forma e alma a algo que ate então é apenas uma palavra abstrata para a maioria das pessoas. O monopólio globalizado como padrão econômico, existe desde o século XIV entre os paises dominantes e que atualmente se encontra na mão do grupo denominado como G7.
 
Sendo assim, se considerarmos não só o aspecto econômico como também o social e cultural de forma global, levando em consideração as necessidades de todos, temos a possibilidade de descentralizar essa idéia abstrata e transforma-la em algo verdadeiramente real e plausível, pois a palavra globalização é uma das palavras mais atuais que existe e que provocam contestação a nível mundial. Tudo porque não existe um discurso positivo que edifique e traga mudanças para todos os povos. Este é apenas o principio de uma nova forma de pensamento global que nos leva a pensar e avançar rumo a um futuro bem próximo, que é inegável quando se esta bem à frente.

Certamente o bom senso e o intelecto de cada um os levará a solidificar esta idéia, unificando os a esse movimento que nos leva a uma nova era que não podemos ignorar. Estou convencido que se partirmos do principio que se a palavra globalização for vista de forma positiva, passara a ser aceita e compreendida, pois quando, a principio, Karl Marx deu corpo e forma ao pensamento coletivo o povo saiu à rua e a primeira greve aconteceu, abrindo assim caminho para a democracia. A minha idéia é seguinte: abrir caminho para a globalização no sentido amplo da palavra, de forma que ela chegue ao alcance de todos.
Os artistas plásticos, a meu ver, têm que acompanhar este mesmo progresso para que possam obter mais facilidade de divulgação de suas idéias, trazendo com isso mais conhecimento a nível cultural para todas as casas, já que a humanidade, muitas vezes, não tem tempo para sair e ir ao encontro da arte.
 
Convido assim, todos os artísticos a se unirem em uma só causa: a divulgação da arte pela arte via internete, mas dentro de uma linha que proporcione e devolva aos demais o gosto pelas artes. Agora gostaria de deixar bem claro que todas as formas de artes são bem vindas, já que o que realmente importa é a mensagem que cada um dos artistas tem para transmitir. Seja bem vindo ao século XXI, à era da globalização! Bem vindo ao movimento dos GLOBALISTAS.

Um dia as gerações futuras saberão que na entrada do séc. XXI, no meio do nada, a voz dos Globalistas surgiu para de novo fazer despertar arte.
.
Miguel Westerberg e Guiomar Baldissera 02 Agosto 2006
.
“O retorno dos ismos”

O artista, sempre, é tomado pelo desejo de realização e de mudanças. Suas impulsões estão voltadas a abrir novos espaços, numa aventura de abrir caminhos e horizontes. Esse desejo, às vezes, até pode ser tomado como loucura. Mas não é. Trata-se de uma irrefreável necessidade íntima de criar algo novo. Ele, o artista, é assim: um idealista sem freios e fronteiras que não pode parar, sob pena de sofrer por não poder realizar seus sonhos, praticar suas idéias, exercitar suas habilidades. É esse trabalho contínuo, seja sobre a prancheta, seja sobre as telas, seja sobre folhas em branco criando poesia ou literatura, enfim, seja de que forma for, é assim que o artista se consagra para si mesmo diante da obra perfeita e acabada, colocada ao dispor da apreciação pública para o lazer e o encanto das pessoas. Quando os artistas se unem para o compartilhamento dos objetivos comuns. Essa junção artística gera uma visão mais ampla sobre o significado da Arte, como realização de um ideal. Todos os dias, há coisas novas a ser experimentadas nos variadíssimos ramos artísticos. Só mesmo a união dos artistas sobre essas novidades gerará frutos melhores e mais utilitários em favor da Arte.
 
(Guiomar baldissera)
 
O retorno dos ismos - A minha amiga Guiomar me convidou para escrever um artigo expondo as mudanças que a arte vem sofrendo. Assim sendo, me prontifiquei a explicar, em poucas palavras, essas mudanças que vem transformando a arte atual do séc. XXI e a visão dos artistas de um modo geral. Para compreendê-la, de um modo mais abrangente, é necessário retroceder ao passado para termos uma noção maior de espaço e tempo para poder analisar o presente, pois é impraticável falar de algo novo sem que se tenha a consciência do por que de certas mudanças dentro de uma determinada área, principalmente quando essa área se trata da arte. Voltando então ao tempo do paleolítico, há mais de seis milhões de anos atrás, quando o principio de tudo começou a germinar, os sentimentos e a necessidade de comunicação deram origem aos primeiros traços artísticos, expostos nas cavernas, em forma de sinais, símbolos naturais e sobrenaturais, que descreviam o modo de vida de um ser que viveu em um certo espaço e um determinado tempo.
 
Mais tarde o homem descobre as letras ainda em forma de sinais, bem visíveis no velho Egito e em outros povos da época. Com o passar dos milênios o ser humano cria a escrita e passa a tentar compreender as formas, linhas e perspectiva de fundo, a fim de transmitir através do desenho e da pintura os seus mais íntimos sentimentos, anseios, idéias e medos de forma muito mais precisa. Aparecem assim os primeiros grandes pintores: Botticelli, dando inicio aos primeiros frescos em igrejas na Itália, Miguelangelo, Leonardo da Vince, Rafael e Caravaggio dentre outros. Com o passar dos séculos surge Rembrandt, Vermer e Rubens, mas mesmo assim, a pintura ainda é algo estritamente abstrato para a maioria das pessoas, de difícil acesso, limitado aos grandes senhores, ao clero e a nobreza. É na entrada do século XIX que a arte sofre suas primeiras e grandes transformações. Em parte, devido à fotografia e ao cinema, que viabilizou a perda de um dos seus maiores monopólios: o retrato. Com a urgência de novas idéias aparece então um pintor que rompe com os padrões da pintura acadêmica, que obrigava os pintores a seguirem um padrão clássico e ao mesmo tempo teatral.
 
Foi o pintor Millet que fez a sua primeira exposição independente em Paris no século XIX, numa pequena barraca de madeira, de frente para a maior exposição existente: a exposição mundial, que teve a torre Eiffel como a sua principal atração. Para quem não sabe, a pintura de Millet era simples, pois retratava, pela primeira vez, a classe operaria e o cotidiano de uma sociedade. Foi duramente criticado, embora tenha sido o pai da arte contemporânea, que abriu caminho para a liberdade de expressão, fundando assim o primeiro movimento artístico: o Naturalismo. Nesse mesmo século um grupo de pintores, depois de presenciar a exposição de Millet, decidiu cortar com o academismo e criar escolas independentes. A mais conhecida é a dos pintores de Barbizon, que saíram dos padrões pré-definidos e passam a pintar ao ar livre, retratando as formas da natureza. Fato que os classificaram como naturalistas. Dentre eles estão Manet, Claude Monet, Pizarro, Degas, Renoir e outros que, ao decidirem fazer uma exposição independente, foram classificados como impressionistas pela critica, devido à forma pela qual suas pinturas eram retratadas. Uma das telas mais polemica foi a de Claude Monet, com a tela impressão de sol nascente. A critica atacou de tal forma este movimento, que chegou a sair nos jornais da época em toda França.

Depois dos impressionistas vieram os expressionistas e os cubistas, através das idéias polemicas e conturbadas de Pablo Picasso, que rompe assim, de uma vez por todas, com as formas artísticas convencionais e abre caminho para a pintura abstrata no principio do século XX, gerando vários outros movimentos, entre eles, como já foi destacado anteriormente, o expressionismo, o cubismo, o surrealismo, o dadaísmo, o realismo, o futurismo, a pop arte, o minimalismo e outros. O que estes movimentos têm de mais grandioso são as suas idéias e a conjunção do todo que se interliga para que a arte fale mais alto e enriqueça a mente e o espírito da humanidade, fazendo com que cada um destes movimentos rompa com certos tabus impostos por aqueles que ate então, tinha sobre eles, as rédeas do poder. A arte passa deste modo, a ser uma forma de exprimir os sentimentos, conforme a área de atuação de cada artista, quer seja na pintura, na musica, na literatura ou em qualquer outra forma existente de arte.
 
Com a entrada de um novo século, o XXI, os movimentos artísticos passaram para segundo plano, pois grande parte dos artistas tornou-se demasiadamente individualista. Para inverter esse quadro temos que levar a arte a retomar o seu percurso natural: de educar e ultrapassar fronteiras! Espero que o Globalismo seja a palavra mais precisa que se utilize para caracterizar a retomada desse objetivo principal, que faz de nós, artistas, instrumentos de viabilização para esse propósito, a fim de trazer mais conhecimento através de uma conscientização global. Quanto a mim, tenho feito um amplo esforço e estou a par de tudo que se passa aqui no Brasil, muito em especial no estado de S.Paulo, onde existe, pelo menos, dois movimentos artísticos que estão em sintonia com o mundo da globalização: os Globalistas, de Miguel Westerberg e o Zazaistas, de Susana Jardim, que tem como fonte de divulgação um jornal cultural chamado PNOB.

Espero que esse artigo leve a reflexão e compreensão da arte e dos artistas e conscientize-nos de que estamos sempre em um processo de mutação. Para acompanharmos as mudanças temos que nos desprender das formas antigas e buscar o conhecimento necessário para melhor exprimirmos, através da arte, todas essas transformações em um mundo global.
Miguel Westerberg - SP / Brasil - 2006-08-09

CONTINUIDADE

Este é o princípio de uma nova era, que certamente representará o surgimento de um novo movimento artístico, que gradativamente vai se solidificando em várias partes do globo terrestre.
Atualmente MIGUEL WESTERBERG reside no Brasil juntamente com sua esposa Hadassa Westerberg e juntos continuam com a realização de seus projetos, que envolvem algumas exposições já realizadas, palestras sobre arte contemporânea em escolas e universidades, o aperfeiçoamento e busca de inovação para aprofundar ainda mais os seus conhecimentos, pois, de acordo com ele “O nosso presente só pode ser o repensar do passado para melhoria do futuro”.
 
 
FIM

VIDA E OBRA DO ARTISTA PLASTICO MIGUEL WESTERBERG
http://miguelwest.multiply.com/
 

Ecrire un commentaire - Permalien - Partager
CURRICULUM ARTÍSTICO DE MIGUEL WESTERBERG Publié le Samedi 15 Mars 2008 à 20:18:10

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS E COLETIVAS

– Exposição de Aquarela Em Ermesinde – Porto – 24.09

– 10.10 Arte Transcendental - 1994
– Exposição de Desenhos No Porto (03.08 – 19/10/1998

- Portugal– Exposição No Saldanha – Lisboa - 1999

– Exposição Coletiva de Natal Na Escola Voz do Operário – Graça 2001/12

- LISBOA– 2ª Exposição de Aquarelas - Abstrato 10.09 - 30.10

- Lisboa - Largo do Saldanha -2002

– Exposição No Chiado Restaurante Italiano – Baixo-Chiado – Lisboa 2002 – 11.05

- Expõe Na Galeria e Agencia de Fotográfico Nova Geração 2003

– Exposição Galeria Campos – 09.01 – 09.03 2004 – LISBOA –BAIXA-CHIADO

– Exposição na Galeria Artifama, das Galerias Séc. XVII – Pastel A Óleo-04.04.2004EXPOSIÇÕES COLETIVAS 2003

– Exposições na Faculdade de Letras em Lisboa – Com Vera Monteiro – 2003

– Exposição Coletiva Na Artifama – Eduardo Henrique, Ana Paula, Michael Barrett, Jose Neto, Góis Pina, Manuela Pinheiro, José Pádua, Israel West – Miguel Westerberg, Pedro Chatres, entre outros.2004

– 2004–COLETIVA NO CENTRO CULTURAL EMBU DAS ARTES 2006/5/28 - SP/ PNOB-ZAZISTAS - SP– ESPAÇO DE ALPHAVILLE ARTE TÊNIS CLUB -4/2006 ATE 29/7/2006. SP– PIZZARIA PRESTISSIMO/ EXP PREMANENTE DO MOVIMENTO ZAZISTA DA SUZANA JARDIM SP/ JARDINS - 18/7/2006

– Exposição de pintura acrílica no FISK DE DIADEMA EM SP - BRASIL 24/8 a 15/9/2006.

PRÊMIOS

– 1º Premio de Pintura – Comunidade Econômica Européia – Escola Pires de Lima – Porto -1987

- Participação No Concurso de "Vencer A Sida" Damaia - AMADORA - 1ºLugar - 10.05.2000 (AJPAS)

– Concorre A 2ª Bienal de Escultura Em Leiria - Ambientar-Te Com Obra "Nós Os Consumidores"14/02 – 14/03/ 2003

– CONCURSO DE PINTURA EM SP / VI SALÃO FEMENINO - NO CENTRO EMPRESARIAL DO AÇO - DIA 28/3/2006 - com as pinturas [Cinco da manhã em SP e formas trigonométricas] – São Paulo - Brasil

– CENTRO CULTURAL DE DIADEMA/ PRÊMIO CULTURAL PLÍNIO MARCOS - SP/BRASIL -7/7/2006 - COM A PINTURA [OS SEM - TERRA].

CURSOS

– Curso de Pintura Livre – 12/86 -5/ 1987 Cooperativa da Árvore no PORTO.

– Curso de Pintura Na Escola UITI – Lisboa - Chiado, Pelo Mestre Comendador Silva Vieira 04.10.2001

Ecrire un commentaire - Permalien - Partager
GLOBAL ARTE Publié le Samedi 15 Mars 2008 à 20:35:03

www.iblogyou.fr/Photos/mini/mini_36304.jpg

Ecrire un commentaire - Permalien - Partager